Após quase 40 anos de receber homenagem de José Sarney no Palácio do Planalto, em Brasília, a atriz Fernanda Torres voltou a ser reconhecida por um presidente. Ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural, entregue por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (20.mai.2025), no Rio de Janeiro.
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Em 1986, Torres recebeu do então presidente Sarney a Palma de Ouro de Melhor Atriz, obtida no Festival de Cannes, em reconhecimento à sua atuação no filme “Eu Sei que Vou te Amar”, de Arnaldo Jabor.
Com apenas 21 anos, Fernanda não pôde permanecer até o término do festival na França e recebeu o prêmio no Brasil.
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A cerimônia no Planalto foi criticada pela imprensa, em um momento de transição democrática ainda recente. A mídia considerou a entrega do prêmio no Planalto como algo inadequado. Abaixo, imagem de publicação da Folha de S.Paulo em 4 de junho de 1986, que afirmava que a solenidade foi “de um provincianismo atroz”.
Em 1987, recebeu novamente o reconhecimento do governo através do Prêmio Lei Sarney, instituído na época como uma maneira de celebrar as artes brasileiras. Destaca-se que o Ministério da Cultura surgiu durante o governo Sarney, que em 2025 atingirá 40 anos de existência.
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Na terça-feira, Fernanda recebeu da Presidência da República e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, a medalha em reconhecimento ao seu trabalho em “Ainda Estou Aqui”.
O filme foi o primeiro do Brasil a receber um prêmio Oscar. “Por um momento, o país do futebol se tornou o país do cinema”, declarou o presidente na cerimônia.
Lula, em seu pronunciamento, ressaltou, juntamente com Fernanda Torres, dois nomes fundamentais da produção: o diretor Walter Salles e o escritor Marcelo Rubens Paiva, responsável pelo livro que deu origem ao filme com o mesmo nome.
De acordo com Lula, os três artistas foram responsáveis por “iluminar esse passado que não temos o direito de esquecer”.
O evento homenageou 112 personalidades e 14 instituições, também marcando a reinauguração do icônico Palácio Capanema, fechado há 10 anos e restaurado com recursos do Novo PAC.
Além de Fernanda, outros nomes homenageados foram Ary Fontoura, Xuxa Meneghel, Gilberto Gil, e artistas já falecidos como Marília Mendonça e Paulo Gustavo, que receberam a medalha postumamente.
Ordem do Mérito Cultural
Foram homenageados com a Ordem do Mérito Cultural em três níveis distintos.
O governo não divulgou os critérios específicos para a escolha dos beneficiários nesta edição.
Luíza, a ministra da Cultura, Margareth Menezes e o presidente dos Correios, Fabiano dos Santos, apresentaram as novas versões de selos em comemoração aos 40 anos do Ministério da Cultura.
Os Correios lançaram selos em homenagem à família de Marcelo Rubens Paiva, escritor do livro que inspirou “Ainda Estou Aqui”, filme premiado com o Oscar de Melhor Filme Internacional.
Fonte: Poder 360