O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou uma nova reunião extraordinária do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) para debater a permanência das obras da usina nuclear Angra 3 e a gestão da Eletronuclear. A demanda foi apresentada nesta quarta-feira (25.jun.2025), em reunião do conselho ocorrida na sede do MME (Ministério de Minas e Energia), em Brasília.
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O ministro Alexandre Silveira (PSD) declarou que Lula solicitou que o encontro se estenda até o final do ano. “Hoje foi uma reunião cuja pauta era específica para avançarmos no fortalecimento da indústria de biocombustíveis. No entanto, como o presidente não esquece de nenhum assunto, ele cobrou de mim, do ministro Mauro [Vieira, das Relações Exteriores], da ministra Ester [Dweck, de Gestão e da Inovação], que discutíssemos.”
O tema já foi incluído na pauta de reuniões anteriores do CNPE, realizadas em dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, mas a análise foi adiada por pedidos de vista de conselheiros. Silveira defende que o Brasil deve avançar com projetos nucleares para atender ao aumento da demanda por energia, impulsionado principalmente pela digitalização da economia e pela instalação de data centers no país.
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O ministro ressaltou que o Brasil detém o ciclo completo da tecnologia nuclear, com controle da produção de combustível e extensas reservas de urânio, o que consolida a posição estratégica do país no setor.
Precisaremos da energia nuclear, principalmente com o surgimento dos reatores nucleares menores. Assim, não podemos perder toda a capacidade do Brasil de ser detentor do combustível, visto que possui urânio em grande quantidade, e de ser detentor de tecnologia, pois desenvolveu isso e atualmente produz parte do combustível de Angra. Temos a tecnologia.
A usina nuclear, no projeto, terá capacidade de 1.405 megawatts, permitindo a produção de aproximadamente 12 milhões de MWh anualmente. Com a sua conclusão, a Central Nuclear de Angra dos Reis suprirá o equivalente a 70% do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
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A construção da usina Angra 3, iniciada na década de 1980 e interrompida desde 2015, alcançou apenas 65% de conclusão. O BNDES estima que o custo para finalizar a obra seja de aproximadamente R$ 23 bilhões.
Abandonar o projeto teria um custo de aproximadamente 21 bilhões de reais. Dos 23 bilhões, 90% seriam provenientes de financiamentos e 10% seriam pagos pelos acionistas, incluindo a União, por meio da ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), estatal criada pelo governo após a privatização da Eletrobras para controlar a Eletronuclear.
Em um acordo estabelecido em fevereiro de 2025, a Eletrobras alcançou o objetivo de suspender suas obrigações de investimento na Eletronuclear.
O custo anual para armazenar os equipamentos da usina Angra 3 é de R$ 200 milhões, conforme Silveira.
Fonte por: Poder 360