Lula ganha força após aumento de preços imposto por Trump, enquanto o bolsonarismo se afunda, analisa especialista político

Deputado ressalta a postura diplomática do Brasil e afirma que a oposição esgotou o apoio popular ao defender posições alheias.

31/07/2025 21h03

2 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A aprovação do presidente Lula (PT) ultrapassou a rejeição pela primeira vez em 2025 após o decreto do governo dos Estados Unidos que impôs tarifas a produtos brasileiros, conforme levantamento da Latam Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgado nesta quinta-feira (31).

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Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o episódio fortaleceu a imagem do governo brasileiro, ao mesmo tempo em que expôs contradições da oposição bolsonarista.

Lula mobilizou um discurso mais forte e nacionalista, o que lhe foi proveitoso. Não se trata do estilo simplório dos bolsonaristas, que é de boca para fora, mas um nacionalismo que defende a indústria brasileira, a produção como um todo e os trabalhadores, afirma, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

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Por outro lado, ele diz, “a família Bolsonaro enterrou sua própria cova política, atacando os interesses nacionais”.

Para o professor, os bolsonaristas não só perderam popularidade, como “esse jogo político conspiratório, antinacional, decreta o fim político da família Bolsonaro”. Ele afirma ainda que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado deve ter um desfecho “nos próximos meses” e defende a criminalização do bolsonarismo. “Sempre foi uma visão autoritária, militarista, antidemocrática. É isso que caracteriza o bolsonarismo”.

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Negociação diplomática bem-sucedida

Ramirez também ressaltou a condução diplomática do governo diante da decisão de Donald Trump, que implementou as tarifas, mas manteve, conforme anunciado nesta quarta-feira, isenção para aproximadamente 42% dos produtos, número que, em sua visão, ainda pode aumentar. “O Brasil tentou agir da forma mais correta possível.” […]. Dentro de uma economia globalizada, é impossível que um país sobreviva por si mesmo, avalia.

Analisa-se como pertinente a decisão de Lula de não estabelecer contato direto com Trump, delegando a mediação ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PDB). “Observa-se a importância da aliança feita com o PSB e com a figura de Alckmin, exatamente porque o Alckmin é o representante, como sempre foi, dos setores burgueses brasileiros, do setor industrial, do agronegócio”.

Ramirez foi questionado se as sanções dos EUA poderiam representar uma tentativa de golpe contra o Brasil, e associou a postura de Trump a estratégias históricas de interferência dos EUA na América Latina. “Não é uma atitude econômica que foi tomada contra o Brasil, mas uma atitude política que não tem outro objetivo, como tentam os fascistas, de intervenção sobre a soberania dos países do mundo”.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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