O presidente Lula (PT) revelou a aliados que está desapontado com Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, e pode considerar romper o relacionamento político caso se confirme a invasão de uma região na Guiana que corresponde a grande parte do território.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em conversas privadas, Lula tem falado com carinho sobre a amizade que tinha com o falecido ex-presidente Hugo Chávez, em contraste com sua relação atual com o presidente.
O presidente brasileiro, segundo fontes próximas, estaria “menos cético” que o Itamaraty sobre a possibilidade de uma guerra na região e lamentou que Maduro tenha “explodido” o esforço brasileiro para normalizar as eleições do ano que vem na Venezuela e assim tirar o país do isolamento.
Se o presidente da Venezuela seguir em frente com seus planos de guerra na região da Guiana, o Brasil responderá com medidas enérgicas.
LEIA TAMBÉM!
No entanto, o país ainda busca resolver a situação por meio de negociações. Na terça-feira, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e na quarta-feira foi a vez de Yvan Gil.
Hoje o Brasil conquistou o apoio do México. A secretaria de relações exteriores do México, Alicia Barcena, afirmou que seu país estava se “somando” à iniciativa de Lula para que a Celac “fomente o diálogo” entre os dois países “a fim de encontrar uma solução pacífica”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Brasil tem enviado mensagens diplomáticas repreendendo a Venezuela. No pronunciamento recente do Mercosul, o grupo criticou ações unilaterais, que, na visão do Brasil, foram realizadas apenas pela Venezuela até o momento.
Segundo diplomatas, o trecho do documento que estimula o diálogo entre Brasil e Guiana não deve ser entendido como uma crítica ao Guiana. O Brasil entende que os guianeses buscaram apoio internacional ao recorrer aos Estados Unidos, mas o país está preocupado com a presença militar americana na região. Assim, é importante promover o diálogo entre os dois países.