Lula promove mudança no ministério, substituindo nomes mais polêmicos por outros menos notórios
A reforma ministerial de Lula é uma maneira peculiar de recordar a existência de ministérios, em contraste com outras formas de lembrança.

Lula está promovendo uma reforma ministerial. É interessante ser lembrado dessa forma, após quase dois anos e meio de governo, de que existe um ministério. Em geral, só notamos a existência de um ministério quando um ministro causa uma queda na bolsa de valores ou se envolve em grandes fraudes.
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O número de ministérios é um dos elementos que distinguem a esquerda e a direita. A esquerda defende a necessidade de um ministério para cada área da vida, enquanto a direita considera que a proliferação de ministérios dificulta a gestão em diversos aspectos.
A esquerda honra seus compromissos e, ao governar, estabelece ou fortalece diversos ministérios. O lado direito não costuma cumprir totalmente suas promessas e, ao assumir o poder, não realiza tantas cortes como havia prometido.
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Luiz Inácio Lula da Silva possui 39 ministérios; Jair Bolsonaro, anteriormente, havia prometido 15, mas finalizou o governo com 23. Entende-se: o patrimonialismo não é resultado de ação isolada.
A escolha dos ministros brasileiros, independentemente da ideologia ou do número de pastas, confirma a tendência de selecionar os indivíduos com as piores habilidades específicas, com exceções históricas que corroboram essa regra ampla, geral e irrestrita, e com a esperança de reunir também os piores em caráter.
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Os ministérios da Fazenda, da Educação, da Saúde e da Justiça são os únicos que realmente importam, e só temos de nos preocupar de verdade quando é o ministro da Fazenda que abre a boca, porque é ele que derruba a bolsa, além do presidente da República. Aplausos para Fernando Haddad, que anda calado nos últimos tempos.
A existência de um Ministério da Previdência Social se justifica apenas como instrumento de emprego e de desvio de recursos. A Previdência Social poderia ser uma secretaria do Ministério da Fazenda, o que dificultaria o emprego de pessoal e o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas, como o valor atual de R$ 6,3 bilhões.
Luiz Inácio Lula da Silva está promovendo uma reforma ministerial. Consiste na substituição de membros com maior destaque por outros mais discretos, sem comprometer acordos políticos. É uma prática habitual de Lula, embora não se deva ser injusto ao reconhecer que ele apenas segue uma tradição.
Fonte: Metrópoles