Lula recebe a equipe de “O Agente Secreto” e destaca a importância da cultura no Brasil

O diretor Kleber Mendonça Filho e o ator Wagner Moura receberam prêmios em Cannes, em 2023, de melhor direção e melhor ator, respectivamente. A produção…

08/08/2025 13h35

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira (7), a equipe e o elenco do filme “O Agente Secreto”, em exibição especial no Palácio da Alvorada. Trata-se da primeira apresentação do filme no Brasil, que teve seu lançamento mundial no 78º Festival de Cannes, na França, em maio, com aplausos do público por cerca de 15 minutos. “A cultura é temida porque ela desperta a consciência política, fornece informação e não nos permite ser submissos. A cultura nos torna revolucionários, não com armas, mas com comportamento e ideias”, declarou Lula, antes da sessão, que também contou com a presença de alguns ministros de Estados e outros convidados.

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O diretor Kleber Mendonça Filho e o ator Wagner Moura, protagonista do filme, receberam prêmios em Cannes, melhor direção e melhor ator, respectivamente. Mendonça afirmou que a exibição do filme no palácio presidencial demonstra o respeito do atual governo pela cultura do país. “Passamos por um momento muito ruim, onde a cultura era atacada, e hoje eu acho que a cultura ela é festejada, ela faz parte da nossa identidade”, disse, em referência ao governo anterior. “O Agente Secreto é um filme que fala muito sobre o Brasil e a lógica do nosso país, e a lógica do nosso país em relação ao poder e à história. Então, eu estou muito ansioso para que esse filme seja visto pelo povo brasileiro”, acrescentou o cineasta. Kleber Mendonça Filho também foi diretor de filmes aclamados como Aquarius (2016) e Bacurau (2019).

A produção disputou a Palma de Ouro, principal prêmio do evento, mas a vitória foi do longa Um Simples Acidente, do cineasta dissidente iraniano Jafar Panahi.

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O presidente Lula ressaltou que não há dúvidas sobre a capacidade do Brasil diante das conquistas que o cinema nacional vem alcançando, mencionando ainda os feitos dos filmes “Ainda Estou Aqui” no Oscar, nos Estados Unidos, e de “O Último Azul” no Festival de Berlim, na Alemanha. “O que precisamos, na realidade, é criar chances para que as pessoas possam se apresentar com a magnitude que cada um de nós tem”, declarou, ao lembrar a importância de o Brasil estar, mais uma vez, fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Paulo Freire sustentava que não existe um ser humano mais inteligente que outro […]. Se todos tiverem acesso à alimentação, todos aprenderão. Desta forma, juntamente com a apresentação deste filme, a grande alegria é que, neste mês, recebemos da FAO a informação de que o Brasil, em apenas dois anos e meio, saiu novamente do Mapa da Fome, situação que envergonhava o país. Essa é uma conquista que vale tanto quanto o Oscar, Cannes ou Berlim, comemora Lula.

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O presidente Lula se emocionou ao recordar das crianças que estão sofrendo de fome e desnutrição em Gaza, devido ao bloqueio imposto por Israel à entrada de ajuda humanitária internacional. “Chegamos à triste realidade de oferecer comida e água às crianças antes que elas venham a morrer”, declarou.

Sobre o filme

O Agente Secreto, situado no Brasil de 1977, narra a história de Marcelo, um professor com expertise em tecnologia, que escapa de um passado violento e enigmático, transferindo-se de São Paulo para Recife (PE), durante a semana do carnaval. Ele percebe, então, que está sendo vigiado pelos vizinhos.

O filme é uma coprodução entre Brasil, Alemanha, França e Holanda, com financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), vinculado à Agência Nacional do Cinema (Ancine), e apoio do Ministério da Cultura (MinC). A ministra da Cultura, Margareth Menezes, recordou que o Brasil recebeu o título de homenageado no Festival de Cannes em 2023, representando uma significativa oportunidade para o setor cinematográfico.

A ministra informou que o governo está trabalhando na expansão do número de salas de cinema no país, além das 5.400 já existentes. Serão construídas mais 100 até o término do mandato, segundo ela. “Estamos realizando este projeto, o projeto de nacionalizar as oportunidades, nacionalizar o acesso à cultura, está na Constituição e nós estamos buscando cumprir”, declarou.

Wagner Moura relatou ter se emocionado ao observar a ministra Margareth em Cannes e expressou o contentamento em verificar um governo que reconhece a cultura como instrumento para o progresso do país. “Eu presenciei a presença do Estado brasileiro, apoiando um filme brasileiro, outros projetos brasileiros que se encontravam em Cannes, não somente o nosso. E só quero transmitir isso, como é emocionante, como o presidente liga para nos parabenizar, esses artistas brasileiros representam o povo brasileiro”, afirmou o ator, mencionando a retomada do Ministério da Cultura. Em 2019, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, a pasta foi desmantelada e, em 2023, restabelecida pelo presidente Lula.

Com informações da Agência Brasil

Publicado por Nícolas Robert

Fonte por: Jovem Pan

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