Lula será embaixador da paz em sua viagem à Rússia, afirma Celso Amorim
30/04/2025 às 11h29

Apesar de não estar nos últimos círculos de negociações sobre a guerra na Ucrânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuará como um tipo de “mensageiro da paz” durante sua viagem à Rússia, no início do próximo mês. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (30/4) pelo assessor especial de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.
O presidente Lula transmitirá uma mensagem de forte apoio às negociações de paz em suas viagens a Moscou e Pequim, afirmou o embaixador durante a abertura da reunião de assessores de Segurança Nacional dos Brics, no Itamaraty.
Amorim afirmou que o governo brasileiro considera como “positivas” as recentes iniciativas de paz referentes à Ucrânia. O embaixador reiterou o apoio à proposta conjunta apresentada por Brasil e China, juntamente com o grupo “Amigos da Paz”, lançado no último ano por países interessados em uma solução pacífica para o conflito.
Há um ano, Brasil e China propuseram entendimentos comuns de seis pontos sobre a guerra na Ucrânia. O grupo de amigos da paz, lançado em Nova York, em setembro, é uma plataforma que pode ser utilizada para contribuir com as negociações de paz, declarou o assessor especial de Lula para assuntos internacionais.
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Apesar do desejo de que as negociações de paz retomem a inclusão do Brasil, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já manifestou críticas ao plano proposto por Brasília e Pequim.
Em setembro de 2024, o presidente ucraniano considerou o plano como “destrutivo” em entrevista exclusiva ao Metrópoles, em Kiev. Na ocasião, Zelensky reiterou críticas a Lula, afirmando que o presidente brasileiro adotava posicionamentos “pró-Rússia”.
Lula viaja à Rússia
A participação de Lula nas celebrações do Dia da Vitória, que homenageiam a vitória da extinta União Soviética sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial, reacendeu as relações entre Brasília e Kiev nos últimos meses.
A presença do presidente brasileiro no evento, marcado para o dia 9 de maio, foi interpretada pela Ucrânia como um indicativo favorável ao governo russo, sob a liderança de Vladimir Putin.
Fontes diplomáticas informaram ao Metrópoles que pelo menos duas tentativas de contato entre Lula e Zelensky foram recusadas pelo governo ucraniano, no período entre o final de março e o início de abril.
O embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, reiterou o convite a Luiz Inácio Lula para uma visita a Kiev, antecedendo o encontro em Moscou. O governo brasileiro manifesta a intenção de aguardar uma proposta formal para analisar a viabilidade da viagem.
Fonte: Metrópoles