O grupo G7 convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar de sua próxima reunião, que ocorrerá em Kananaskis, na província de Alberta, Canadá, entre 15 e 17 de junho de 2025. O presidente brasileiro ainda não respondeu ao convite, pois estava em viagem à Rússia e à China no momento da recepção.
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Se Lula aceitar o convite, será seu primeiro encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também foi convidado para participar da cúpula que reúne os 7 países mais industrializados do mundo.
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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, também deve ser convidado, visto que é o atual presidente do G20, que reúne as maiores economias do mundo. É tradição ter o representante do grupo nas cúpulas do G7. Também participam representantes do FMI, do Banco Mundial e da OMC.
O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
A confirmação da participação do presidente já era esperada, pois o convite para a cúpula estava sendo monitorado por seus assessores. O Brasil integrou as duas últimas reuniões, que ocorreram no Japão, em 2023, e na Itália, em 2024, sempre como convidado.
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O encontro entre Lula e Trump deverá ocorrer nos eventos oficiais da cúpula. Atualmente, seus assessores avaliam como improvável uma reunião bilateral.
Durante a campanha presidencial nos Estados Unidos de 2024, Lula declarou seu apoio à candidata democrata Kamala Harris, que exercia o cargo de vice-presidente na época.
Em entrevista ao jornalista Darius Rochebin, da emissora TF1, na França, em 1º de novembro de 2024, o petista afirmou que o modelo democrático dos EUA havia perdido sua validade e que o “nazismo e o fascismo” ressurgiram com novas características.
Atualmente, há ódio disseminado diariamente, juntamente com mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, em vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo retornando com outra aparência. Como defensor da democracia, considero algo mais sagrado que os humanos conseguiram construir para governar o país, obviamente torcendo para Kamala vencer as eleições.
Trump foi eleito em 6 de novembro com 312 votos do Colégio Eleitoral e tomou posse para seu segundo mandato em 20 de janeiro, como o 47º presidente dos Estados Unidos. Lula parabenizou Trump e desejou “um mandato bem-sucedido”.
O petista, contudo, tem sido crítico à política tarifária implementada por Trump, que afetou diversos países. O americano estabeleceu uma taxa recíproca de 10% sobre produtos brasileiros importados. Além disso, elevou para 25% as alíquotas aplicadas a alguns produtos específicos, como aço e alumínio.
Lula retornou na quinta-feira (15 de maio) de sua viagem à Rússia e à China. Se tivesse conversado diretamente com Trump, teria dialogado com os três principais atores no cenário internacional em 2025.
Em Pequim, o brasileiro afirmou na terça-feira (13 de maio) que “não tem medo da retaliação” dos Estados Unidos após proferir diversos discursos alinhados com os interesses chineses durante sua visita ao país.
Em sua viagem presidencial, Lula criticou o protecionismo americano e reiterou o argumento chinês de que o multilateralismo é a melhor via para a economia global, ainda que o Brasil precise competir com produtos dos Estados Unidos.
O presidente reiterou o desejo de negociar com os EUA a diminuição das tarifas americanas sobre os produtos brasileiros, afirmando que, caso não haja progresso em um acordo, o Brasil “buscará seus direitos” na OMC.
Lula afirmou que o relacionamento entre o Brasil e a China “nunca foi tão necessário”. A declaração foi feita ao lado do líder chinês, Xi Jinping (PCCH), durante a cerimônia de assinatura de mais de 30 acordos entre os dois países.
Lula participa do G7 em Hiroshima, onde aborda temas como economia global, segurança alimentar e mudanças climáticas.
Luiz Inácio Lula da Silva é o único presidente brasileiro que já participou de cúpulas do G7. Anteriormente, a última participação do Brasil em reuniões do grupo ocorreu em 2009, durante seu segundo mandato.
Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) não participaram da reunião durante seus respectivos mandatos.
Em 2020, o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) afirmou ter recebido convite de Donald Trump para a cúpula, que ocorreria nos Estados Unidos. O evento foi cancelado devido à pandemia. Em 2021, o Reino Unido sediou o encontro, com a presença de representantes da Austrália, Índia e Coreia do Sul.
O Brasil retomou o convite após 14 anos, desde a reunião realizada no Japão em 2023. Foi o único país da América do Sul com representante no encontro.
Fonte: Poder 360