Lupi enfrenta segunda queda consecutiva em administrações do PT

A saída atual de Lupi da Previdência não é a primeira. Em 2011, ele também renunciou após denúncias no Ministério do Trabalho.

02/05/2025 21h46

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(Imagem de reprodução da internet).

A saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social, anunciada nesta sexta-feira (2/5), representa a segunda vez que o presidente de honra do PDT deixa o comando de uma pasta na Esplanada dos Ministérios em meio a denúncias em governos do PT. O pedido de demissão foi apresentado diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após o enfraquecimento político de Lupi devido à deflagração de uma operação da Polícia Federal para investigar cobranças indevidas realizadas por entidades na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O escândalo do INSS foi exposto pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. Três meses após a divulgação, o portal noticiou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados aumentou significativamente, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, ao mesmo tempo em que as associações enfrentavam milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

As reportagens do Metrópoles contribuíram para a instauração de inquérito pela Polícia Federal e forneceram informações para as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). A Polícia Federal listou 38 matérias do portal em uma representação que originou a Operação Sem Desconto, iniciada em 23/4 e que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Compreenda o caso divulgado pelo Metrópoles.

A suspeita é de que o esquema tenha causado um prejuízo superior a R$ 6 bilhões. Documentos analisados pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF) indicam dúvidas sobre o nível de conhecimento de Lupi acerca das fraudes e sugerem uma possível omissão por parte do ex-ministro.

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Entretanto, não se trata do primeiro caso em que Lupi se viu envolvido em uma situação parecida. Em 2011, durante o governo Dilma Rousseff (PT), ele renunciou ao cargo de ministro do Trabalho após denúncias de uso indevido de recursos públicos. Anteriormente, era acusado de se beneficiar de verbas de organizações não-governamentivas com convênios junto à pasta. A Comissão de Ética da Presidência recomendou sua saída, mas Lupi optou por antecipar a decisão e entregou o cargo.

Sob o governo Lula, Lupi retomou um ministério após mais de dez anos. Desde janeiro de 2023, esteve à frente da Previdência Social, nomeando dois presidentes para o INSS, ambos exonerados em meio a suspeitas. O primeiro, Glauco Wamburg, foi afastado em 2023 após denúncias de uso irregular de passagens e diárias. O segundo, Alessandro Stefanutto, foi afastado na quarta-feira (23/4), após ser investigado pela Polícia Federal.

Trajetória.

Carlos Roberto Lupi, figura tradicional na política brasileira, completou 68 anos. É graduado em Administração e possui extensa trajetória no PDT, partido que fundou ao lado de Leonel Brizola, em 1979.

Foi deputado federal entre 1991 e 1995 e exerceu funções no governo do Rio de Janeiro durante o período de Brizola, além de ter atuado como secretário municipal de Transportes na capital fluminense. Em 2002, concorreu, sem obter sucesso, a uma cadeira no Senado.

Lupi ocupa a presidência nacional do PDT desde 2004, após o falecimento de Brizola. Durante sua gestão, o partido apresentou variações entre a oposição e o apoio ao PT. Apesar de ter promovido candidaturas próprias à Presidência em 2018 e 2022, o PDT apoiou Lula no segundo turno das últimas eleições.

Fonte: Metrópoles

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