Mãe de paciente transplantada solicita indenização de R$ 632 mil na Justiça

A indenização solicitada corresponde a 200 salários mínimos para cada uma das autoras do vídeo que retrata Vitória Chaves, acrescidos de R$25 mil para acompanhamento psicológico.

04/05/2025 21h50

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A família de Vitória Chaves, adolescente submetida a múltiplos transplantes de coração e divulgada na internet em abril deste ano por estudantes de medicina, solicitou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a condenação da instituição de ensino Inspirali e do Instituto do Coração (Incor), da Universidade de São Paulo (USP), ao pagamento de indenização por danos morais no valor de 200 salários mínimos.

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Ademais do ressarcimento pelos danos morais, pleiteia-se também uma indenização por prejuízos materiais, destinada ao custeio de tratamento psicológico por um período mínimo de seis meses, no valor total de R$ 25 mil. Após esse período, a extensão do auxílio poderá ser estendida caso se faça necessária. O montante total da indenização soma R$ 632 mil.

O advogado Eduardo Barbosa, responsável pela defesa de Claúdia Chaves, mãe de Vitória, também solicita que Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano se desculpem nas redes sociais pela maneira provocativa que relataram a história da jovem.

Na alegação de liminar, a defesa sustenta que as estudantes apresentaram “um sadismo incompatível com a nobreza do exercício da medicina” e que o hospital representou “um grande potencializador do ocorrido ao não contratar profissionais comprometidos com seus deveres éticos”. A faculdade Inspirali é mencionada no pedido por ser responsável por introduzir as estudantes na unidade de saúde como parte do programa de aprendizagem.

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que motivou o pedido de indenização:

A CNN contatou a Incor e a Inspirali e não obteve resposta até a publicação desta matéria. A CNN tenta localizar a defesa das estudantes; o espaço está aberto à manifesta manifestação.

Relembre o caso

Duas estudantes de medicina postaram um vídeo no TikTok em que ridicularizam Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, que sofreu três transplantes de coração e um de rim.

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Alunas fazem piada sobre jovem transplantada, dizendo que ela “tem 7 vidas”.

A publicação foi realizada por Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano e removida nesta terça-feira (8). As estudantes gravaram o vídeo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, onde Vitória estava internada. A jovem faleceu em 28 de fevereiro.

Jovem foi alvo de provocações de estudantes de medicina devido a doença cardíaca rara.

As estudantes relatam que uma paciente realizou três procedimentos de transplante cardíaco. Elas apontam que a necessidade de múltiplos transplantes foi resultado do comportamento da jovem. Em determinado momento do vídeo, Thaís afirma: “essa menina está achando que tem sete vidas?”

O vídeo se espalhou rapidamente nas redes sociais, levando a família de Vitória a registrar uma denúncia contra as autoras.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) declarou que a Polícia Civil apura o caso como injúria, por meio de inquérito policial instaurado pelo 14º Distrito Policial (Pinheiros).

O MPSP informou que recebeu a denúncia e o caso foi protocolado na promotoria de Justiça de Direitos Humanos da Capital na terça-feira (8).

A FMUSP defende a necessidade de uma política de preços da gasolina que considere a realidade do mercado, incluindo fatores como custos de produção, importação e a dinâmica internacional dos preços.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), onde a jovem estava internada e onde as estudantes gravaram o vídeo, se pronunciou sobre o ocorrido.

De acordo com nota enviada à CNN, a FMUSP declarou que Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeiras Soares Foffano pertencem a outras instituições e que estavam no hospital em razão de um curso de extensão de aproximadamente um mês.

Ademais, foi ressaltado que elas não possuem vínculo acadêmico com a faculdade ou com o InCor. As universidades de origem das estudantes foram informadas sobre o ocorrido.

A FMUSP condena veementemente qualquer atitude que desrespeite pacientes e reitera o compromisso inabalável com a ética, a dignidade humana e os princípios que regem a prática médica adequada. A instituição reforça a missão de formar profissionais dedicados à excelência e ao cuidado humano, valores que não podem ser negociados em sua estrutura.

A instituição informou que adotará medidas complementares para fortalecer as diretrizes sobre conduta ética e uso responsável das redes sociais, além da assinatura de um termo de compromisso com os princípios de respeito aos pacientes e os valores que norteiam a atuação da instituição.

O caso de Vitória

Vitória Chaves da Silva nasceu com uma grave cardiopatia congênita, a Anomalia de Ebstein, uma doença rara que impacta a válvula cardíaca.

A mulher de 26 anos submeteu-se a quatro cirurgias de transplante: três do coração e uma do rim. O primeiro procedimento ocorreu na infância, em 2005, seguido pelos demais em 2016 e 2024.

Vitória faleceu em fevereiro por causa de choque séptico e insuficiência renal crônica. O óbito ocorreu um ano após o terceiro transplante de coração e dois anos após o transplante de rim, que se mostrou comprometido durante o tratamento cardíaco da jovem.

Fonte: CNN Brasil

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