Mãe: medo e falta de informação dificultam a maternidade não convencional
Mães atípicas lidam com obstáculos extras e oferecem conselhos sobre como enfrentar essa experiência.

O Dia das Mães, comemorado no domingo (11), destaca as necessidades das mães atípicas, termo dado às mulheres que criam filhos com neurodiversidade, deficiências, síndromes ou doenças raras, e que necessitam de atenção especial.
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A maternidade, por si só, representa um desafio, mas a maternidade atípica pode gerar dificuldades inesperadas e intensificar o papel da mãe na saúde e no desenvolvimento da criança.
“Associar a intensidade da maternidade à necessidade de compreender e lidar com o possível transtorno do desenvolvimento torna tudo ainda mais desafiador”, afirmou Silvia Kelly Bosi, mãe atípica, neuropsicopedagoga e especialista em desenvolvimento infantil. “A maternidade atípica me transformou profundamente e é por meio dela que sigo todos os dias trilhando o melhor caminho possível, não só para minha filha, mas para cada um dos meus pacientes com amor, respeito e muita esperança. Acredite no potencial da sua criança, é o primeiro passo para revelá-la ao mundo.”
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A CNN coletou as declarações de Silvia e Váléria Salgado, que também é mãe atípica e influenciadora, para apresentar conselhos relevantes para mulheres que enfrentam vivências desse tipo. A neuropsicopedagoga ressalta a necessidade de atenção cuidadosa na criança, a fim de possibilitar o diagnóstico precoce.
Quanto mais cedo os sinais forem identificados e as intervenções iniciadas, maiores são as chances de promover um desenvolvimento saudável, minimizando impactos não só para a criança, mas para toda a família, explicou. Desde muito cedo, por volta do primeiro aninho da minha filha, eu comecei a anotar pequenos sinais que acenderam um alerta no meu coração. Ela não apontava, não mandava beijo, não dava tchauzinho, e mesmo quando ela era chamada pelo nome, sua resposta era rara. Esses sinais, mesmo que sutis, me fizeram observar com mais atenção os marcadores biológicos do desenvolvimento infantil.
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Valéria Salgado é mãe de um menino autista de 5 anos. Conforme ela relatou à CNN, seu filho hoje fala e já percorreu uma longa jornada de desenvolvimento, melhorando sua comunicação, mas ainda precisa lidar com muita rigidez cognitiva. uma dificuldade de absorver novos conhecimentos e se adaptar às mudanças nos ambientes.
A maternidade atípica é desafiadora, como se fosse um desvio de rota, não? Todas as mães, quando estão grávidas, idealizam como que vai acontecer tudo, disse a influenciadora. No meu caso, como ele é autista, não temos como prever.
Para ela, é importante lembrar que a maternidade atípica pode ser uma jornada diária, já que as vivências estão suscetíveis a diferentes interações. Seu filho autista, por exemplo, pode ter um dia muito mais complicado se precisar lidar com uma pequena mudança na rotina.
Tenho um filho de cinco anos que ainda usa fralda, por exemplo. Preciso seguir uma rotina precisa com ele, pois qualquer mudança repentina causa um dia de caos. São detalhes que a maternidade incomum ensina diariamente. Não há como se preparar com antecedência, afirmou.
Valéria ressalta, contudo, a complexidade de preparar o filho para o mundo e, simultaneamente, protegê-lo do que existe lá fora.
Ele é uma criança que não tem malícia nenhuma, que não tem maldade nenhuma. Quanto mais convívio social essa criança tiver, quanto mais ela sair da casa, quanto mais ela sair de casa e vivenciar todas as experiências do mundo, mais preparada futuramente essa criança vai ser.
Confira 6 dicas para simplificar a rotina da maternidade incomum.
Autismo: quais sinais observar e possíveis causas
Fonte: CNN Brasil