O maestro João Carlos Martins informou que recebeu diagnóstico de câncer de próstata no início deste ano, realizou uma cirurgia e agora está livre da doença. Em entrevista exclusiva à Metrópoles, o músico, de 84 anos, declarou que obteve a confirmação oficial de que não apresenta mais focos da enfermidade, no sábado (26/4).
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Ontem, recebi a notícia maravilhosa, no exame, de que o câncer foi erradicado. Você é a primeira pessoa a saber, contou o maestro.
O que ocorreu.
A obstrução intestinal complicou o pós-operatório. Os médicos relataram que o intestino corria o risco de ser perfurado. “Foi a pior noite da minha vida”, declarou ele, que precisou realizar um procedimento injetando líquido para desobstruir o órgão.
Outra questão ocorreu em uma das mãos, com o estresse pós-operatório, resultando em prejuízo no movimento. Segundo o maestro, a consequência da distonia focal do músico, com a qual João Carlos Martins convive há anos e que causa contrações involuntárias nos músculos, é “a pior doença que pode acontecer para um músico. É como uma prima distante do Parkinson”.
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A obstrução intestinal foi solucionada e o movimento com a mão está sendo tratado. Na manhã deste domingo (27/4), ao atender a ligação do Metrôpoles, o maestro estudava piano e se preparava para a agenda de apresentações dos próximos dias.
Ainda possuo muito trabalho a realizar. Como Cissa Guimarães afirma, a superação é uma necessidade, não um problema. O essencial é a resiliência. É você transformar uma dificuldade em algo que te impulsione a alcançar novos patamares, declarou ele, que afirma não ter “nenhum” receio da morte.
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Considero que, se um dia [o câncer] retornar, estarei preparado para a vida e para a morte.
Com uma trajetória marcada por inúmeras cirurgias – a 31ª foi a mais recente –, o artista afirma que deve sua permanência na Orquestra Bachiana Filarmônica do Sesi, onde atua como maestro, e declara não prever sua saída definitiva dos palcos, mas pretende direcionar seu foco para projetos de educação musical.
Ele afirma que a apresentação em Nova York será sua despedida internacional. No Brasil, deseja continuar nos palcos até seu último dia de vida. “Se Deus quiser, vai demorar bastante tempo e será em pleno palco. O apagar das luzes será fazendo música”.
Internacionalização em janeiro
Em janeiro deste ano, João Carlos Martins foi internado em São Paulo para a remoção da vesícula biliar e permaneceu quatro dias no hospital.
Aquele procedimento cirúrgico foi a trigésima em seu histórico, com foco na recuperação da mobilidade das mãos.
Fonte: Metrópoles