Marina Lima comemora a vida, o amor e o irmão

A apresentação da turnê Rota 69, que teve passagem por São Paulo, presta homenagem ao irmão e realça a riqueza lírica que consolidou a artista no cenário pop brasileiro.

24/05/2025 6h03

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(Imagem de reprodução da internet).

A turnê Rota 69, da cantora Marina Lima, teve início em agosto do ano passado, em referência à idade da artista e à icônica Rota 66 dos Estados Unidos. No mês seguinte, Marina completaria 69 anos.

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Durante a viagem, em outubro, a cantora perdeu o irmão e parceiro de inúmeros sucessos, o poeta Antonio Cicero. A turnê, então, passou a assumir também um tom de homenagem. Mas sem deixar de celebrar a artista que deu densidade e sofisticação ao pop brasileiro, com canções de amor e existenciais marcadas por um espírito libertário e político.

O espírito foi totalmente manifestado no show realizado no Sesc Pinheiros, em São Paulo, na última data de 16, nove meses após o lançamento da turnê.

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A apresentação se desenvolve em vários segmentos. Inicialmente, Denise Stoklos surge recitando sobre o amor. Outras mulheres se apresentam no palco, como Filipe Catto, da nova geração, cuja imagem inovadora conversa com a de Marina, que surgiu no contexto do pop rock dos anos 1980.

A poesia de Antônio Cicero prevalece. Seus versos reflexivos e contemporâneos, exibidos na tela durante a apresentação, se destacam com naturalidade e emoção.

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Adicionalmente, o repertório inclui algumas opções que não se encaixam, como Lunch (Billie Eilish), interpretada por Marina em inglês; Bloco do Prazer (Moraes Moreira e Fausto Nilo); e um fragmento em vídeo de I’m on Fire, na voz de Barry White.

Ao revisitar sua obra, Marina reforça seu caráter distintivo: composições e arranjos que exploram diversas facetas do pop, com solidez e personalidade. O repertório inclui canções como “Charme do Mundo” (com Antonio Cicero), “Acho que Dá” (com Tavinho Paes), “Na Minha Mão” (com Alvin L.) e “Pessoa” (Dalto e Claudio Rabello) – esta última com interpretação ao violino em que Marina demonstra uma intensidade incomum, tocando com uma das mais belas canções de seu catá.

Pra Começar (com Antonio Cicero) anuncia o encerramento do espetáculo, que se completa com A Francesa (Claudio Zoli e Antonio Cicero), Não Sei Dançar (Alvin L.) e Full gás (com Antonio Cicero, 1984). Nesta última, o público se levanta das cadeiras e se aglomera diante do palco para cantar, em uníssono: “Você me abre seus braços / E a gente faz um país”.

Com receptividade e emoção, Marina retorna ao palco em reverência à plateia, finalizando o espetáculo com “Eu Te Amo Você” (Kiko Zambianchi), “Nada por Mim” (Herbert Vianna e Paula Toller), “Nem Luxo Nem Lixo” (Rita Lee e Roberto de Carvalho) – em homenagem à eterna Rita – e “Uma Noite e Meia” (Renato Rocket).

Marina conta com Arthur Kunz (bateria), Carol Mathias (baixo e teclados), Giovanni Bizotto (violão) e Gustavo Corsi (guitarra), além de uma bailarina em cena, que proporciona forma visual ao sentido das músicas – um recurso delicado e eficiente.

É o show de uma grande artista da música brasileira, que celebra, em setembro, seus 70 anos e a trajetória de seu irmão, Antonio Cicero. Salve Marina Lima. Salve, eternamente, Antonio Cicero.

Fonte: Carta Capital

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