Marina Silva afirma que os países ricos precisam liderar o movimento para deixar de usar petróleo
09/12/2023 às 10h05
A ministra Marina Silva solicitou aos países desenvolvidos que tomem a iniciativa em um esforço global para parar de usar petróleo e outros combustíveis fósseis.
Neste sábado (9), Marina fez um discurso na reunião da COP28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Ela disse ainda que o sucesso da COP30, que será realizada em Belém do Pará em 2025, depende dos resultados do encontro em andamento em Dubai.
“Ela afirmou que é importante que todos os países aumentem o uso de energias renováveis e reduzam o consumo de energias fósseis. Todos devem contribuir, mas os países desenvolvidos devem liderar essa transição.”
Marina está discutindo as medidas que o governo brasileiro defende, pedindo que os países ricos sejam os primeiros a reduzir a produção e consumo de petróleo.
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De acordo com a lógica dos negociadores brasileiros e de outros países compartilhando a mesma visão, as nações mais desenvolvidas têm emitido a maior quantidade de gases de efeito estufa ao longo da história. Além disso, elas possuem mais recursos e tecnologias que possibilitaram a transição para fontes de energia mais limpas de forma mais rápida.
Os países que estão em desenvolvimento terão mais tempo para continuar usando combustíveis fósseis. Isso significa que o Brasil poderá continuar extraindo petróleo do pré-sal e, no futuro, da foz do rio Amazonas.
Na COP 28, estamos discutindo uma questão importante sobre o fim do uso de combustíveis fósseis na energia global. Alguns países, a ONU e a sociedade civil estão pedindo que seja estabelecido um prazo para parar de explorar e usar petróleo.
Os grandes produtores, no entanto, fazem lobby para que a questão sequer seja mencionada na resolução final do encontro.
A ministra brasileira sugeriu que os ricos comecem a parar de usar petróleo e que seja criado um órgão especializado para gerenciar essa transição.
Acredito que é importante estabelecer na UNFCCC um espaço de diálogo e negociações para abordar esse assunto com a devida urgência. É necessário considerar as diferenças e circunstâncias de cada país e buscar alternativas de desenvolvimento social e econômico, especialmente para os mais vulneráveis.
A ministra explicou que o Brasil sediará a COP daqui a dois anos.
“Em 2025, Belém sediará a COP30 no Brasil. O sucesso dessa reunião dependerá da aprovação, na COP28, de um Balanço Geral alinhado com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em todos os aspectos. Isso inclui ações a serem tomadas antes de 2030, recomendações para futuras Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs), compromisso com financiamentos e implementação, e um Objetivo Global de Adaptação que aborde os riscos reais, especialmente para as pessoas mais vulneráveis.”
O Brasil está conduzindo conversas importantes na COP28 sobre a “Missão 1.5”, o que significa que todas as políticas discutidas na cúpula têm como objetivo limitar o aquecimento global a 1.5 graus Celsius, em média, desde o período pré-industrial.