A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, delator na operação da trama golpista, alega que as mensagens divulgadas pela revista VEJA nesta quinta-feira (12) e relacionadas ao militar não são verdadeiras.
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A reportagem da revista revela, através de prints de conversas, que Cid teria afirmado o falso durante o depoimento dado na semana no Supremo Tribunal Federal (STF), e infringido a determinação do ministro Alexandre de Moraes de não se comunicar no âmbito do processo.
A defesa de Cid busca, perante o ministro, que sejam tomadas providências para verificar a autenticidade das gravações. A equipe jurídica considera as imagens capturadas como falsificação, ressaltando que Cid não comunica da forma apresentada nas mensagens e que as capturas de tela não indicam data ou horário.
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No acordo de delação, Mauro Cid solicitou:
A colaboração premiada de Mauro Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de setembro de 2023. Ao assinar o acordo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deixou a prisão. Ele estava preso desde 3 de maio do mesmo ano, após ser alvo de investigações que apuram a inserção de informações falsas nos cartões de vacinação do ex-presidente.
O tenente-coronel incorreu, em duas ocasiões, no risco de perder os benefícios da delegação. Em março de 2024, Mauro Cid ficou sob risco de perder a delegação premiada após áudios vazados em que ele critica Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF).
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Após o depoimento a Moraes em 22 do mês, para explicar o vazamento dos áudios publicados pela revista “Veja”, o militar foi preso novamente. Ele teve um mal súbito e desmaiou na audiência.
Mauro Cid foi libertado em 3 de maio do ano anterior, em razão da decisão do ministro Moraes, que confirmou o acordo de delação premiada.
O ministro mencionou que o ex-ajudante de ordens reiterou a “voluntariedade de cumprimento do acordo” e destacou que os áudios divulgados pela revista Veja “se configuravam como mera ‘confidência’”.
Em novembro de 2024, o ex-ajudante de ordens precisou fornecer novas informações ao juiz após a Polícia Federal identificar inconsistências em suas declarações.
O acordo foi preservado após Mauro Cid fornecer informações sobre a participação do general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Bolsonaro na eleição de 2022.
O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa foi detido em dezembro e permanece em uma unidade do Exército no Rio de Janeiro.
Em novembro do ano anterior, Moraes ordenou o monitoramento das linhas telefônicas e das visitas de Cid, após a PF identificar inconsistências em sua obtenção de benefício.
Diante das contradições levantadas pelo delegado responsável pelo inquérito, Gonet solicitou a prisão preventiva do militar. O procurador-geral declarou a Moraes que ficou comprovado que Cid omitiu informações ou tentou reduzir a importância de situações de grande relevância.
O Moraes determinou, então, que Cid fosse ouvido. O ministro entendeu, contudo, que, até que a nova audiência fosse realizada, para que os esclarecimentos necessários fossem obtidos sem interferência de terceiros, seria preciso monitorar as visitas, os encontros presenciais de Cid e suas linhas telefônicas móveis e fixas.
Após ouvir Mauro Cid em 21 de novembro, Moraes preservou os benefícios do acordo premiante com o tenente-coronel. Moraes considerou que o militar “esclareceu as omissões e contradições” levantadas pela Polícia Federal.
Fonte por: CNN Brasil