Mauro Cid afirma ter cumprido os depoimentos, ao mesmo tempo em que esclarece pontos em defesa de Marcelo Câmara
Antigos assessores de Jair Bolsonaro são acusados em uma das ações criminais relacionadas à tentativa de manter o ex-presidente no poder.

O tenente-coronel Mauro Cid confirmou os depoimentos que proferiu em manifestações anteriores ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas concordou com a inclusão de “esclarecimentos” a favor do coronel Marcelo Câmara. Ambos são réus em uma das ações penais sobre a trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.
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Cid reiterou que o coronel tinha conhecimento de um esboço de decreto com teor golpista que estava em circulação. Os dois realizaram uma reunião nesta quarta-feira no Supremo, onde conversaram por aproximadamente 50 minutos.
O denunciante, no entanto, não pôde garantir que a versão da ata que Câmara tinha conhecimento era a mesma que foi apresentada a Bolsonaro ao ex-assessor Filipe Martins. A existência desse documento é um dos pilares da acusação contra o coronel.
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Cid também confirmou que a Câmara realizou em 2022 diligências de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice eleito Geraldo Alckmin. Ele afirmou, contudo, que não poderia dizer se Câmara sabia sobre monitoramentos para o chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que teria o objetivo de assassinar os alvos. Em sua vez de falar, Câmara reiterou a versão de que eventuais monitoramentos realizados por ele tinham o objetivo de “acertar agendas” e não tinha relação com qualquer plano golpista.
O advogado Eduardo Kuntz, que defende Câmera, declarou-se “satisfeito” com a acusação. “Esperamos que contribua para a absolvição”, afirmou a jornalistas. “Hoje ficou muito claro que não existiu monitoramento com o objetivo de atacar o ministro Moraes”, afirmou. A acusação foi marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das quatro ações penais sobre a tentativa de golpe, a pedido da defesa de Câmera. O procedimento está previsto no devido processo legal.
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Prisão provisória
O deputado federal Câmara foi detido preventivamente em regime prisional em Brasília e transportado sob custódia ao Supremo Tribunal Federal. Após a manifestação, sua defesa solicitou novamente a autorização para que ele aguarde o julgamento em liberdade. Moraes solicitou parecer ao Procurador-Geral da República (PGR) antes de tomar uma decisão sobre a prisão preventiva, mas permitiu antecipadamente o pedido para que Câmara tenha acesso a um computador na prisão, visando preparar sua defesa.
A investigação ocorreu na ação penal do núcleo 2 da trama golpista. Com cinco réus, o grupo foi apontado pela PGR como responsável por ações gerenciais para o golpe, como a produção de minutas golpistas e a coordenação de operações contra adversários. Todos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes: organização criminosa, golpe de Estado, tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
São Rêus do núcleo 2:
Com informações da Agência Brasil
Fonte por: Jovem Pan