Mauro Cid armazenou em seu aparelho celular documentos que sustentavam o esquema de corrupção

Cid, antigo assessor de ordens de Bolsonaro, recebeu os arquivos após a derrota do ex-presidente em 2022 por meio do aplicativo WhatsApp.

20/05/2025 10h01

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), possuía em seu celular diversos documentos destinados a sustentar um golpe de Estado que assegurasse a permanência do ex-presidente no poder.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o portal UOL, que teve acesso ao conteúdo do telefone apreendido pela PF (Polícia Federal) em maio de 2023, Cid passou a enviar esses documentos para si mesmo pelo aplicativo WhatsApp após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. A grande parte dos 20.000 arquivos, que somam 77 GB, é de natureza apócrifa.

Parte dos textos e das apresentações de slides já havia sido analisada pela PF no inquérito do golpe, como, por exemplo, a “Copa 2022”, documento protegido por senha que calculava os custos de uma ação para monitorar o ministro Alexandre de Moraes. Cid enviou a “Copa 2022” para si em 15 de novembro de 2022.

LEIA TAMBÉM:

Outra parte é inédita. Um exemplo é um documento com 112 slides, que seria um “manual de segurança integrada” do Comando de Operações Terrestres do Exército, atribuído à Eceme (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército). A apresentação é de outubro de 2017, mas não tem autoria identificada.

Nela, há uma interpretação do artigo n° 142 da Constituição de que as Forças Armadas poderiam atuar como uma espécie de poder moderador da República, intervindo em caso de comprometimento da ordem pública – interpretação já afastada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A apresentação teria sido guardada por Cid em seu WhatsApp em 16 de novembro de 2022.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

De acordo com a reportagem, o tenente-coronel também manteve, além da apresentação, um artigo, redigido por militares da Eceme, com temática parecida.

O tenente-coronel detinha também outras versões do plano golpista. Uma delas, a primeira a ser vista no celular de Cid em 6 de novembro de 2022, seria encaminhada ao Ministério da Defesa, com alegações falsas sobre fraudes nas urnas eletrônicas. O documento, de caráter apócrifo, indicava, no rodapé, que a intenção era que fosse assinado por um partido político.

Cid havia preservado um texto, elaborado por um militar, que continha as opiniões do advogado Ives Gandra acerca da viabilidade de uma intervenção militar nos órgãos do governo republicano.

A defesa de Mauro Cid, procurada pelo UOL, não se manifestou sobre os diás, alegando não ter acesso ao material. Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal enviasse as provas da investigação do golpe às defesas dos réus.

Em 11 de abril, Moraes instaurou a ação penal (AP 2668) contra Cid, Bolsonaro e outros cinco réus do núcleo 1, que é considerado “crucial” para a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Os delitos pelos quais se procede e suas devidas sanções.

Na sua defesa prévia, os advogados de Cid solicitam sua absolvição sumária, afirmando que o ajudante de ordens era um “simples porta-voz” de Bolsonaro. O militar foi o primeiro a apresentar a defesa devido a um acordo de delação premiada com a PF.

.

Fonte: Poder 360

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.