“Medicamento vai funcionar”, afirma Galípolo em relação à taxa de juros
Com a Selic em patamar elevado, os impactos serão percebidos mesmo com atrasos no ciclo, declara presidente do Banco Central.

Análise do Texto sobre Política Monetária
O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, declarou na 2ª feira (2.jun.2025), durante evento no CDPP (Centro de Debate de Políticas Públicas), em São Paulo, que a taxa básica de juros encontra-se em nível restritivo. Dessa forma, os impactos da política monetária se manifestarão gradualmente.
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Galípolo declarou que, apesar dos atrasos, o Banco Central acredita que eles produzirão efeito: “Se estabelecemos uma taxa de juros que consideramos restritiva, sabemos que ela atuará. Há suas defasagens e desejamos comunicar como essa defasagem se desenvolverá nos próximos meses”.
Ele argumenta que a comunicação do BC foi fundamental para elucidar o processo de desinflação, e é por isso que a autoridade monetária alcançou sucesso nos últimos ciclos do Copom.
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Em maio, o Banco Central aumentou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006. A medida foi justificada pela inflação contínua e pelas expectativas que excederam a faixa de tolerância da meta estabelecida de 1,5% a 4,5%.
Em um período de 12 meses até abril, o IPCA registrou variação de 5,53%.
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Segundo Galípolo, o cenário presente é de incertezas, o que demanda cautela nas decisões. Ele também mencionou a necessidade de flexibilidade, visto que os indicadores podem indicar direções distintas: “Muitas vezes, você pode ter um dado mais robusto de trabalho, um dado de IPCA mais fraco e um dado de PIB que terá um resultado menos impactante, com uma composição de resultados conflitantes”, afirmou.
O presidente declarou que, em grande parte, a importância atribuída à renda e à atividade econômica é mais significativa do que o patamar da taxa de juros para determinar o rumo e o interesse por crédito.
Ele afirmou que “a resiliência da renda, seja por meio de políticas públicas, seja pela regra do salário mínimo”, gerou, no início do ano, uma maior cautela na comunicação com os bancos.
Contudo, percebeu-se que o sistema financeiro manteve uma notável inclinação para oferecer crédito.
É um reconhecimento.
O presidente do BC também discutiu no CDPP as alterações no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e declarou que o imposto não deveria ser empregado como política arrecadária.
Afirmou que, no âmbito do crédito, o imposto também é regulatório e que utilizá-lo para isonomia é “condizente e coerente para a questão do IOF”, embora ainda se esteja em discussão qual seria o patamar ideal.
Ademais, afirmou que o imposto não deve ser empregado como instrumento de apoio à política monetária.
O Banco Central ainda aguarda a definição do modelo final da reforma do IOF para avaliar como o novo desenho impactará as projeções econômicas.
Fonte por: Poder 360