Médicos Sem Fronteiras afirma que pessoas estão sendo mortas como animais em Gaza
Organização relata disparos direcionados contra civis que buscavam alimentos em áreas militarizadas da GHF.

A MSF (Médicos Sem Fronteiras) solicitou o encerramento dos pontos de distribuição de alimentos coordenados pela GHF (Fundação Humanitária de Gaza), em referência ao relatório “Isto não é ajuda. É um assassinato orquestrado”, publicado na quarta-feira (6.ago.2025).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com o documento, as autoridades israelenses iniciaram o desmantelamento da resposta humanitária coordenada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na Faixa de Gaza em maio.
A MSF declarou que os centros da GHF estão localizados em zonas sob controle militar integral e constituem, na prática, um mecanismo institucionalizado de fome e desumanização.
LEIA TAMBÉM:
● Museu Tailandês remove obras de minorias devido à pressão da China
● Trump questiona números oficiais sobre o mercado de trabalho
● Motta afirma que a anistia desvia a atenção de outras questões prioritárias do Brasil
A MSF solicita o encerramento imediato da distribuição realizada pela GHF e insta os países e doadores privados a suspendam qualquer financiamento ao sistema.
O documento descreve ocorrências de violência, como as constatadas no centro de distribuição em Khan Younis, onde diversas pessoas relataram lesões específicas nos membros inferiores, indicando disparos deliberados.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As pessoas estão sendo abatidas como animais. Elas não estão armadas. Não são soldados. São civis carregando sacolas plásticas, tentando levar para casa um pouco de farinha ou macarrão.
De acordo com os dados do relatório, entre 7 de junho e 24 de julho, os dois centros de saúde do MSF em Gaza prestaram assistência a 1.380 pessoas feridas e receberam 28 corpos provenientes dos centros da GHF. Desses, 27 eram homens jovens com ferimentos por arma de fogo na região superior do tronco, indicando disparos letais e precisos.
Entre os feridos atendidos, 174 apresentavam lesões por arma de fogo nas proximidades dos centros de distribuição da GHF. De acordo com o relatório, 96% dessas vítimas eram homens jovens, o que demonstra uma estratégia de sobrevivência adotada pelas famílias: enviar os mais fortes para tentar conseguir alimentos. Muitos chegavam às clínicas cobertos de areia e poeira, após passarem longos períodos deitados no chão, buscando se proteger dos disparos.
Em 5 de agosto de 2025, Israel declarou que autorizaria a entrada gradual e controlada de bens em Gaza, por meio de comerciantes locais. Os produtos autorizados abrangem alimentos básicos, papinhas para bebês, frutas, legumes e produtos de higiene.
Imagens de palestinos sedentos, incluindo crianças, chocaram o mundo nas últimas semanas, e um vídeo divulgado pelo Hamas no domingo (3.ago) exibindo um prisioneiro israelense severamente desnutrido gerou críticas contundentes de potências ocidentais.
A Organização Mundial da Saúde identificou um aumento da desnutrição causado pela fome na Faixa de Gaza. O diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a agência ficou impedida de fornecer qualquer tipo de alimento no território palestino durante quase 80 dias, de março a maio de 2025.
Fonte por: Poder 360