Megaoperação Fatal no Rio de Janeiro
Uma megaoperação policial que ocorreu em complexos da zona norte do Rio de Janeiro já se tornou a mais letal da história do estado, segundo dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF). O confronto, ocorrido em 28 de março, resultou na morte de pelo menos 64 pessoas, incluindo policiais e criminosos.
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O número supera significativamente o registrado na segunda operação mais letal do estado, ocorrida em 2021 no Jacarezinho.
As operações mais letais no Rio de Janeiro incluem os Complexos do Alemão e Penha, com 64 mortos em 2025, Jacarezinho com 28 mortos em 2021, Penha com 23 mortos em 2022, Complexo do Alemão com 19 mortos em 2007 e 17 mortos em 2022. Esses eventos evidenciam a complexidade e os desafios enfrentados pelas forças de segurança na região.
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Um relatório produzido pelo Geni/UFF, intitulado “Chacinas Policiais”, analisou as operações realizadas entre 2007 e 2021 em favelas da Região Metropolitana do Rio. O estudo revelou que, durante esse período, foram 17.929 operações policiais em favelas, com 593 terminando em chacinas, resultando em 2.374 mortos, representando 41% do total de óbitos em operações policiais nesse período.
O Jacarezinho historicamente se destacou como a localidade com o maior número de mortos em chacinas, com uma média de 7 mortes a cada 10 operações realizadas na região. O estudo também apontou que a região da capital (383 ocorrências com 1.599 mortos) concentrou a maior parte das chacinas, seguida pela Baixada Fluminense (127 ocorrências com 475 mortos) e o Leste Fluminense (83 ocorrências com 300 mortos).
A operação envolveu cerca de 2.500 policiais civis e militares. As atividades em 48 escolas nos complexos do Alemão e Penha foram interrompidas. A ação gerou um clima de medo nas comunidades, com interferências na Linha Amarela e tentativas de bloqueio da Avenida Brasil.
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O governador Cláudio Castro (PL) informou sobre feridos entre os policiais.
A Prefeitura do Rio, por meio do COR-Rio, estabeleceu Estágio 2 devido aos impactos na segurança pública e na mobilidade urbana. O COR-Rio recomendou que os cidadãos evitem deslocamentos. Mais de 120 linhas de ônibus tiveram seus itinerários alterados, além de impactos nos corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT e nos serviços de conexão do BRT.
Várias vias, incluindo Rua 24 de maio, Av. Marechal Rondon, Estrada Miguel Salazar M. de Morais e Linha Amarela, foram interditadas.
