O vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), declarou não ter unilateralmente autorizado o teste em um bolsão de estacionamento no trecho sob o Elevado Presidente João Goulart, popularmente chamado de Minhoca, na região central da capital. O coronel está exercendo, pela primeira vez, o cargo de prefeito interino, durante a viagem de Ricardo Nunes (MDB) à Ásia.
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Não tomo nenhuma decisão. Todas as questões que envolvem o Ricardo [Nunes] estão sob conhecimento meu. […] Sou militar e não dou um passo sem ciência do prefeito. Houve uma reunião anterior. O Ricardo até entendia que talvez um jardim fosse melhor. Mas decidimos experimentar o estacionamento. De repente, pode ser um misto de tudo. Podemos fazer um espaço e em outro trecho, um jardim, declarou Mello Araújo ao Metrôpoles.
Alterações no Cardápio
Imagens do local revelam partes da ciclovia que foram removidas. O coronel afirmou que a ciclovia será repintada. A prefeitura acrescentou que o objetivo é analisar a viabilidade da medida e que outras alternativas podem ser implementadas.
Reações
Os vereadores Nabil Bonduki (PT) e Renata Falzoni (PSB) anunciam que ingressarão com uma Ação Civil Pública na Justiça contra a instalação do estacionamento. A ação argumentará que a iniciativa contraria diretrizes de mobilidade sustentável previstas no Plano diretor, favorecendo veículos individuais em detrimento do transporte coletivo e da mobilidade ativa.
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Os parlamentares insistem que o Plano Diretor estabelece como uma das ações estratégicas do Sistema Viário a serem implementadas pelo Poder Público, através da diminuição de áreas de estacionamento de veículos e da criação de ciclovias e calçadas.
Um outro problema destacado é a presença de um operador de ônibus na via, o que poderá dificultar a circulação de veículos no futuro estacionamento.
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Renata Falzoni protocolou requerimento na Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica, solicitando que um ofício seja encaminhado à prefeitura com uma série de questionamentos sobre o bolsão.
Adicionalmente, a decisão provocou reação da sociedade civil. A Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo divulgou comunicado denunciando a decisão da prefeitura de “remover uma ciclovia consolidada no Minhocão”.
A ação representa uma política retratista, higienizante e contrária à mobilidade ativa. Trata-se de uma forma de alocação de recursos públicos para maior espaço para carros, com expulsão da população em situação de rua e sem prever políticas de acolhimento.
Ativistas organizam um passeio de bicicleta noturno nesta terça-feira (29/4). O evento iniciará na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, e se estenderá até o local da construção do bolsão.
Fonte: Metrópoles