Giorgia Meloni completa três anos como primeira-ministra da Itália

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, celebra esta semana três anos no cargo, com seu partido de extrema direita, Irmãos da Itália, alcançando um nível de popularidade inédito. Seu governo, notavelmente duradouro, apresenta uma economia estável, embora não em crescimento acelerado. Durante uma manifestação em Florença, Giulia Devescovi, uma médica de 31 anos, elogiou Meloni, afirmando que ela é “uma pessoa séria” e uma das melhores líderes desde Silvio Berlusconi.

Embora Meloni esteja longe do recorde de nove anos de Berlusconi, sua coalizão se destaca pela longevidade em um cenário político marcado por mais de 70 governos desde a Segunda Guerra Mundial. O exercício do poder parece ter fortalecido seu partido, que lidera as pesquisas com mais de 26% de apoio, superando resultados das eleições de setembro de 2022.

Progresso econômico e presença internacional

Em um ato eleitoral em Florença, Meloni enfatizou os avanços econômicos do país, destacando que os custos de financiamento são agora inferiores aos da França. “Uma nação líder como a Itália não serve de pneu reserva para ninguém”, afirmou, recebendo aplausos da multidão. Essa declaração reflete sua visão sobre o papel da Itália no cenário internacional.

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Meloni tem se mostrado uma figura frequente em encontros internacionais, sendo a única mulher a participar da assinatura do acordo de Gaza no Egito. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a elogiou publicamente, destacando sua habilidade política e a forma como representa os italianos no exterior. Um diplomata europeu comentou que os italianos se sentem orgulhosos de sua representação.

Desafios e críticas

O “ativismo” diplomático de Meloni ajudou a consolidar sua imagem como líder, segundo Lorenzo Pregliasco, do instituto de pesquisas YouTrend. Ele observou que, apesar de não ter cometido deslizes significativos, não houve mudanças que pudessem desviar seu eleitorado. A imigração irregular, um tema central em sua campanha, foi reduzida, mas o governo também aumentou o número de vistos para trabalhadores não europeus.

Embora Roma tenha implementado cortes de impostos e endurecido sanções a manifestantes, ainda existem problemas estruturais a serem enfrentados. As pesquisas indicam que os italianos estão preocupados com o poder de compra e a estagnação dos salários, além do estado do sistema de saúde pública, que não acompanhou a inflação. A dívida do país permanece alta, representando 135% do PIB.

Estabilidade política e falta de alternativas

A divisão da esquerda entre o Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas, juntamente com a ausência de erros significativos por parte de Meloni, contribuem para a estabilidade de seu governo. Embora muitos não a adorem, uma parte considerável dos eleitores não vê alternativas viáveis. Em Garbatella, Maria, de 68 anos, expressou seu desencanto, reconhecendo a inteligência de Meloni, mas questionando sua eficácia prática.