As embaixadas brasileiras internacionalmente transmitiram preocupações de governos estrangeiros sobre a COP30 (30ª Cúpula do Clima das Nações Unidas) ao governo brasileiro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Ministério das Relações Exteriores tomou conhecimento de reclamações de pelo menos cinco países: Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Noruega e China. Os principais pontos levantados são a hospedagem e a logística – assuntos ainda pendentes da organização do evento a ser realizado em Belém, em novembro de 2025. As informações foram obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A embaixada do Brasil em Oslo encaminhou ao Itamaraty, em abril, um relatório sobre o aumento dos preços em hospedagens. De acordo com o embaixador da Noruega, citado na reportagem, o país poderá diminuir a comitiva que participará do evento.
LEIA TAMBÉM!
Segundo o Poder360, a capital paraense registra uma carência de leitos para atender à demanda prevista para a cúpula climática. Belém necessita mais do que duplicar o número de vagas para receber as aproximadamente 60 mil pessoas projetadas para o evento.
Preocupações também foram externalizadas pela China. A embaixada brasileira em Pequim informou que integrantes do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente relataram “grande dificuldade em reservar hotéis, os quais apresentam baixa disponibilidade e preço muito elevado”.
A Secretaria Especial para a COP30 lançou uma plataforma oficial para a gestão de hospedagens em Belém. O Brasil firmou contrato com a Bnetwork, empresa que já atuou em edições anteriores em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Baku (Azerbaijão).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A diretora-geral de política europeia e internacional do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Eva Kracht, contatou a embaixada brasileira em Berlim no início deste ano para expressar preocupações sobre os aspectos logísticos em Belém. O diretor do Departamento de Energia e Clima da Federação das Indústrias Alemãs, Carsten Rolle, também levantou a questão.
A Dinamarca seguiu o mesmo caminho. A embaixadora do país no Brasil, Eva Pedersen, apontou os desafios logísticos de Belém e os bloqueios na negociação da COP-29 em Baku como um ponto de partida difícil para assegurar o sucesso na COP-30, em janeiro de 2025.
A disponibilização do serviço está condicionada ao encerramento do processo de inventário da capacidade de hospedagem da cidade. O levantamento está sendo realizado em colaboração com governos locais e o setor de turismo.
Empresários britânicos informaram à embaixada do Brasil em Londres que estariam considerando deixar de participar do evento diante da incerteza sobre a disponibilidade de leitos. Nick Henry, CEO da Climate Action, declarou que “vários CEOs e representantes do setor privado estariam avaliando desistir da participação devido à falta de hospedagem”.
As embasadas relatam.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, a embaixada da Alemanha negou que Kracht tenha feito alguma declaração na embaixada e afirmou estar “otimista” em relação ao evento. A embaixada do Reino Unido declarou ter “confiança de que o governo brasileiro tem capacidade de organizar uma conferência impactante”.
A embaixada da Dinamarca declarou não se pronunciar sobre “questões relativas ao planejamento logístico” e a embaixada da China não respondeu à comunicação da reportagem.
A Power360 buscou o Ministério das Relações Exteriores para comentar as questões apresentadas nas embaixadas. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.
Fonte: Poder 360