Memes nas redes sociais intensificam o debate sobre o possível 3º mandato de Trump

O Cenário Político Online

Vídeos com montagens que apresentam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e o ex-mandatário Barack Obama (Partido Democrata) em campanhas eleitorais e debates presidenciais imaginários nas eleições de 2028 atingem milhões de visualizações nas redes sociais. Memes com Bill Clinton (Partido Democrata) confrontando Trump, cenário que não seria juridicamente viável na realidade, também se espalham rapidamente.

As hashtags “#TrumpTerceiroMandato” e “#ObamaTerceiroMandato” (3º mandato de Trump e 3º mandato de Obama, respectivamente, em tradução livre) estão entre as que alimentam uma onda de sátiras e provocações políticas. Mesmo os termos, nascidos no humor, ajudam a manter no centro do debate a possibilidade de Trump tentar um 3º mandato na Casa Branca. Apesar da impossibilidade de uma nova eleição, há discussões sobre possíveis atalhos ou interpretações alternativas para isso.

Para que Trump pudesse concorrer novamente.

O Fenômeno Online

Em 2025, a proposta de um terceiro mandato para Trump se espalhou como meme, com dublagens geradas por inteligência artificial e roteiros imaginários. Aplicam-se ferramentas de edição para simular debates, entrevistas e anúncios de campanha com Trump e Obama. Certos vídeos representam o cenário político americano como uma série, com trailers dramáticos e estética cinematográfica.

Realidade Constitucional

A legislação determina que a 22ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, ratificada em 1951, determina que ninguém pode ser eleito presidente mais de duas vezes. Trump venceu as eleições de 2016 e 2024 – o que implica que, sem alterações na lei, ele não poderia concorrer novamente em 2028. Consulte o texto integral da Constituição (PDF – 173 kB, em inglês).

Contudo, houve uma tentativa formal de modificar essa regra. Em janeiro de 2025, o deputado Andy Ogles (Partido Republicano) propôs que um 3º mandato fosse permitido apenas para presidentes com mandatos não consecutivos. O texto não beneficiaria Obama – eleito em 2008 e reeleito em 2012 – nem Clinton – eleito em 1992 e reeleito em 1996 –, ambos com 2 mandatos consecutivos.

Opções de Discussão

Em círculos leais a Trump, pondera-se a possibilidade de uma alternativa constitucional para ele ser indicado como vice-presidente de um aliado, com este renunciando após assumir o cargo.

Outra hipótese defende que a 22ª Emenda restringe apenas a eleição para um terceiro mandato, mas não a ascensão por sucessão. Essa interpretação, contudo, não possui respaldo nos tribunais e é rejeitada pela maioria dos constitucionalistas.

A Retórica de Trump

O presidente atual da Casa Branca não descarta a ideia em suas declarações públicas. Em entrevista à NBC, em 30 de março, afirmou “não estar brincando” com a possibilidade de permanecer no cargo e acrescentou que haveria “métodos” para isso.

Em 31 de julho, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Dan Scavino (Partido Republicano), publicou no X uma publicação que ressaltava a reforma constitucional em El Salvador, que eliminou os limites de mandato estabelecidos pelo governo de Nayib Bukele (Nuevas Ideas). A publicação foi interpretada como uma demonstração de admiração por um modelo autoritário e gerou críticas de analistas sobre a influência de mandatos ilimitados nos Estados Unidos.

Apesar dos comentários sobre a viabilidade de Trump, Obama e Clinton concorrerem novamente às eleições, a legislação e o sistema jurídico americano apresentam obstáculos para que um terceiro mandato presidencial seja possível.

Ainda assim, o debate possui valor estratégico e mantém Trump no centro das discussões, além de projetar incerteza e reforçar a narrativa de que ele é um líder capaz de desafiar as regras do sistema.

Fonte por: Poder 360