Mentir na Polícia Federal, não permite mentir em outro lugar, afirma Moraes a Freire Gomes
O ministro Moraes questionou o ex-comandante do Exército após a apresentação de uma narrativa distinta àquela informada à Polícia Federal.

O ministro do STF Alexandre de Moraes alertou, na segunda-feira (19.mai.2025), o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, durante a audiência de testemunhas do núcleo 1 da acusação e defesa da tentativa de golpe.
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Moraes ficou irritado após o ex-comandante apresentar uma versão distinta daquela apresentada em seu depoimento à Polícia Federal sobre sua participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.
O juiz Moraes declarou que a testemunha não pode omitir informações e, caso tenha mentido na polícia, deve reconhecer a mentira. Não pode, perante o STF, alegar que não se recorda de nada.
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O ex-comandante afirmou que participou da reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discutiu a possibilidade de realizar um golpe de Estado, e que, na ocasião, alertou o ex-presidente sobre a intenção de prendê-lo caso prosseguisse com o plano.
Na audiência no STF na segunda-feira (19.mai), Freire Gomes declarou ter apenas advertido Bolsonaro.
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Você informou à polícia que Baptista Júnior e você afirmaram veementemente suas posições contrárias ao conteúdo [plano de golpe]. Ou o senhor está fraudando a verdade na polícia, ou está fraudando aqui, declarou Moraes.
Gomes foi indicado pela PGR (Procuradoria Geral da República) para testemunha acusatória no julgamento que apura uma tentativa de golpe em 2022. A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) iniciou as oitivas do núcleo 1 nesta segunda-feira (19.mai).
As audiências serão conduzidas por videoconferência e não haverá transmissão pública.
A mídia, tanto nacional quanto internacional, pode assistir aos depoimentos por meio de um telão na sala da 1ª Turma do STF. Contudo, os jornalistas estão impedidos de realizar qualquer gravação.
Fazem parte do núcleo 1, além do ex-presidente Jair Bolsonaro:
Serão ouvidas 81 testemunhas, incluindo os ex-comandantes das Forças Armadas Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica), além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O caso julga a participação do “núcleo crucial”, que será ouvido inicialmente, e é apontado como responsável por articular a tentativa de golpe.
Fonte: Poder 360