Mercado revisa para baixo expectativa de taxa Selic para 2025
Ainda assim, o mercado financeiro manteve a projeção da taxa básica de juros (a Selic) para os próximos três anos.

Após 16 semanas, os analistas do mercado financeiro revisaram a projeção para a taxa básica de juros (Selic) para o encerramento do ano, agora estimada em 14,75% ao ano, em vez dos 15% ao ano, conforme dados do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (5/5) pelo Banco Central.
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A divulgação acontece um dia antes do início da deliberação do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à próxima taxa Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias. A reunião do colegiado está prevista para terça-feira (6/5) e quarta-feira (7/5). Nesse último dia, a decisão é anunciada pelo Banco Central.
A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar o avanço da inflação. Com o aumento das taxas de juros, espera-se a diminuição do consumo e dos investimentos no país. Assim, o crédito se torna mais caro e a atividade econômica tende a desacelerar, gerando queda de preços para consumidores e produtores.
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A taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, representa a quinta elevação consecutiva no ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro do ano passado. A ata da última reunião do Copom indicou que o ciclo não está encerrado, mas ressaltou que o próximo aumento seria de menor magnitude.
Com a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulando alta de 5,48%, a meta de 4,50% para este ano tende a não ser atingida.
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O presidente do BC, Gabriel Galípolo, em declaração anterior ao Copom, afirmou que a diretoria optou por “colocar a taxa de juros em um patamar restritivo, pelo tempo necessário, para alcançar a meta”.
Ademais, ratificou a validade da “orientação” – referente à política monetária futura, em termos do mercado financeiro – mencionada na reunião de 18 e 19 de março, de manutenção do ciclo de aumento das taxas de juros.
O que é o relatório Focus
Para a reunião de maio, o mercado prevê um aumento de 0,50 ponto percentual, com a Selic atingindo 14,75% ao ano. Apesar da ausência de sinalização explícita do Banco Central, estima-se que não haverá incremento de 1 ponto.
Apesar da diminuição da projeção da Selic em 2024, os analistas mantiveram as previsões da taxa de juros para os próximos três anos, conforme segue abaixo.
Considerando esses dados, os analistas expressam ceticismo quanto à chance da taxa Selic permanecer abaixo de dois dígitos até o término do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026, e sequer durante o período em que Gabriel Galípolo estiver à frente do Banco Central, que se estende até 2028.
Fonte: Metrópoles