A mídia internacional noticiou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na segunda-feira (4).
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O jornal britânico The Guardian destacou a notícia e classificou Bolsonaro como “líder de extrema direita”. Um trecho informa que “um juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por violar as ‘medidas preventivas’”, impostas devido a “preocupações de que o líder de extrema direita pudesse fugir para evitar punição por uma suposta tentativa de golpe”.
O site da TeleSUR publicou que, segundo Moraes, o ex-presidente violou as medidas cautelares ao publicar conteúdo nas redes sociais de seus filhos. “Especificamente, ele utilizou as contas de seus aliados (incluindo seus três filhos parlamentares) para divulgar mensagens com ‘conteúdo claro de estímulo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio descarado à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro’”, diz um trecho da reportagem.
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A notícia também ganhou destaque na capa do site em inglês da Al Jazeera, do Catar, que ressaltou que a decisão do ministro foi motivada pela violação de medidas cautelares. “Bolsonaro é acusado de tentar derrubar a eleição de 2022, vencida por seu oponente de esquerda, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, diz um trecho.
Em Argentina, o jornal Clarín classificou o ex-presidente como “ultradireita”. Na decisão, Alexandre de Moraes afirmou que o Poder Judiciário não permitirá que Bolsonaro “trate o país como um tolo”, um dia após aliados próximos do ex-presidente ultradireitista publicarem imagens nas redes sociais, desafiando a proibição imposta por Moraes.
O portal argentino Todo Notícias também abordou o caso, destacando a restrição de visitas ao ex-presidente. De acordo com a decisão de Moraes, Bolsonaro só pode receber visitas com autorização prévia do STF, exceto seus advogados.
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Nos Estados Unidos, o Washington Post apontou que Bolsonaro será julgado por uma suposta tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. “O ex-presidente está sendo julgado por supostamente planejar um golpe para permanecer no cargo, apesar da derrota nas eleições de 2022 – um caso que preocupa o país sul-americano em meio a uma guerra comercial com o governo Trump”, declarou o Washington Post.
O New York Times, um dos principais jornais americanos, destacou que o ex-presidente está no epicentro da crise tarifária e da tentativa de interferência nos órgãos do poder federal no Brasil, impulsionada pelo governo de Donald Trump.
A agência de notícias Reuters, por sua vez, comunicou que, “em oposição ao complexo de processos criminais que, em sua maioria, ficaram paralisados contra Trump, os tribunais e investigadores brasileiros agiram prontamente contra Bolsonaro, colocando em risco sua trajetória política e dividindo seu movimento de direita”.
A notícia também foi destacada no site da France24. A mídia, sediada em Paris, declarou que “Moraes acredita que Bolsonaro e seu filho buscam ‘submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal [do Brasil] ao controle dos Estados Unidos’”.
Violação de medidas cautelares
Moraes declarou que Bolsonaro infringiu as medidas protetivas ao empregar perfis de apoiadores, incluindo os de seus filhos, para disseminar mensagens com ataques ao STF e defesa de intervenção externa no Poder Judiciário. O ministro ressaltou que, mesmo sem utilizar suas próprias redes sociais, o ex-presidente agiu de maneira intencional para contornar as restrições.
A participação dissimulada de JAIR MESSIAS BOLSONARO, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito às medidas cautelares anteriormente impostas, disse o ministro sobre as manifestações bolsonaristas deste domingo (3) em diversas cidades brasileiras.
No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos organizadores do evento, mencionou brevemente o pai ao vivo para se dirigir ao público do Rio e, posteriormente, publicou um vídeo com Jair Bolsonaro em casa transmitindo uma mensagem aos apoiadores. “Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos”, declarou Jair Bolsonaro.
Moraes argumenta no despacho que as ações de Bolsonaro evidenciam “a necessidade e adequação de medidas mais severas para evitar a contínua repetição delitiva do réu”. Segundo o ministro, o ex-presidente desrespeitou as restrições anteriores, incluindo a proibição de usar redes sociais e de manter contato com investigados, e seguiu atuando de forma indireta ao produzir conteúdo para ser divulgado por terceiros, mantendo influência no debate político digital.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou ter sido pega de surpresa com a decretação da prisão domiciliar e alegou que o ex-presidente “não infringiu nenhuma determinação”. A defesa apresentará recurso cabível.
Fonte por: Brasil de Fato