O presidente argentino Javier Milei lançou na noite desta segunda-feira (6) seu novo livro, “La Construcción del Milagro”, em um evento que combinou aspectos políticos e musicais – um show de rock para militantes em Buenos Aires. A publicação chega em um dos momentos mais delicados do governo, três semanas antes das eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para 26 de outubro.
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Com 573 páginas, o livro reúne discursos e textos do último ano. A apresentação ocorre em meio a uma série de reveses políticos e econômicos. A renúncia, no domingo (5), de José Luis Espert, principal candidato do governo, após acusações de ligação com o narcotráfico, agravou o clima de tensão.
Desafios Enfrentados pelo GovernoNa semana passada, Milei também sofreu derrotas no Congresso, que rejeitou dois de seus vetos – ao financiamento de universidades e à construção de uma clínica pediátrica. O presidente enfrenta ainda acusações de corrupção, instabilidade financeira e o impacto de uma derrota eleitoral em uma província-chave, no início de setembro, que aumentou as dúvidas sobre sua governabilidade.
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Em meio à turbulência, Milei tenta reforçar sua imagem pública. Nesta segunda-feira, ele compartilhou em seu Instagram vídeos do ensaio da banda formada por amigos economistas e cantou uma versão adaptada da música “Tu Vicio”, de Charly García, com o refrão: “Sou o mais liberal, não pode me pisar porque sou capitalista”.
O baterista Bertie Benegas Lynch, que assina o prólogo do livro, elogiou o presidente: “Milei provou que apenas o interesse pessoal e o individualismo fazem florescer a paz e a prosperidade”.
Reações de Oposição e ManifestaçõesMas, fora do estádio no bairro de Villa Crespo, o clima é diferente. Um cartaz ironiza o título do livro: “Milei, milagre é que alguém entre para comprar”. Moradores da região e opositores convocaram um protesto próximo ao local do evento, que também deve reunir centenas de militantes libertários.
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Apesar de o governo comemorar a queda da inflação e um superávit fiscal inédito, o custo tem sido alto: desvalorização do peso, queda no consumo e cortes de subsídios que aumentaram o custo de vida, afetando setores como moradia, saúde e educação.
Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula