Milei rompe protocolo, evita falar com o Congresso e dá primeiro discurso aos seus seguidores
10/12/2023 às 13h25
O libertário Javier Milei (La Libertad Avanza) assumiu a presidência da Argentina neste domingo (10). Milei quebrou o protocolo de posse e fez seu primeiro discurso como presidente a apoiadores, das escadarias do Congresso, ao invés de falar primeiro no interior da Casa Legislativa.
Dirigindo-se aos seus apoiadores em frente ao Congresso, Milei disse que este é o dia no qual foram enterradas décadas de fracasso e disputas que arruinaram o país.
“Hoje começa uma nova era na Argentina. Uma era de paz e prosperidade. Uma era de crescimento e desenvolvimento. Uma era de liberdade e progresso”, disse Milei durante o discurso de posse.
O novo presidente da Argentina retomou a história do país em discurso e enfatizou o papel do movimento intelectual liberal argentino conhecido como “Geração de 37” e as bases da Constituição proposta por eles.
De acordo com Milei, “nossos líderes optaram por abandonar nosso modelo bem-sucedido e adotar conceitos coletivistas que levam à pobreza”.
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O presidente eleito acredita que os políticos argentinos adotaram um modelo que não beneficiou a população e levou à pobreza.
Milei comparou o impacto de sua eleição com a queda do Muro de Berlim.
“Nenhum governo antes enfrentou uma herança tão difícil como a que temos agora”, declara Milei.
“Não há alternativa possível ao ajuste”
O líder libertário também revisou mais uma vez as políticas que aplicará a partir de agora para “reorganizar a economia”.
“Não há alternativa ao ajuste, não há alternativa ao choque”, disse Milei depois de garantir que na Argentina “não há dinheiro”.
“Infelizmente, isso afetará a economia, a pobreza e os salários”, admitiu. Ele também reconheceu que a estagflação começará, mas ressaltou que “não difere da situação atual em que estamos”.
“O único ajuste possível é ordenado”, acrescentou.
“Não é possível reverter 100 anos de fracassos de um dia para o outro.”
Milei também comentou sobre os ajustes que pretende para a economia. “Não há dinheiro. Não podemos nos endividar, não podemos emitir e não podemos continuar sufocando o setor privado com impostos. Não há alternativa se não o choque”, disse o novo presidente.
“De acordo com Milei, a proposta progressista sensata poderia levar a uma hiperinflação semelhante à vivenciada na Venezuela durante os governos de Maduro e Chávez. Ele também observa que a Argentina enfrenta sérios problemas de segurança, com altos índices de violência.”
Apesar da perspectiva negativa, o novo presidente expressou que a Argentina “exige ação e ação imediata. Não vai ser fácil. 100 anos de fracassos não podem ser desfeitos num dia. Mas um dia começa e esse dia é hoje”.
Milei diz que o objetivo é uma sociedade com menos intervenção do Estado. “Nosso projeto não visa apenas conquistar o poder, mas sim transformar nosso país. Não pedimos apoio cego, mas também não aceitaremos a hipocrisia e a ambição de poder atrapalhando a mudança que os argentinos desejam”, afirmou Milei.
“Aqueles que quiserem utilizar da violência ou da extorsão para obstaculizar a mudança, para vocês digo que encontrarão um presidente de grandes convicções. Que utilizará todo o aparato estatal para conseguir as mudanças necessárias em nosso país. Estamos certos de que a liberdade é a única forma em que poderemos sair do poço em que nos colocaram.”