Mirelle Pinheiro

Milicia possuía uma falsa empresa de Segurança Private Security Company (PSC) e coletava juros empréstimos ilegais, conhecidos como “agiotas”

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A coluna teve acesso exclusivo à investigação realizada pela Polícia Federal (PF) que demonstrou o funcionamento de uma milicia privada estruturado no Distrito Federal, com participações diretas dos policiais militares ativos.

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O grupo é acusado de executar cobranças violentas em dívidas especificamente para agiotas e empresários, utilizando uma fachada da segurança clandestina como cobertura sem autorização pela PF operarem na área.

A operação iniciada em março deste ano é uma expansão da Operação Fênix. Os dados extraídos do celular um dos alvo foi a base para esta investigação que revelou o uso de ameaças armadas, coação psicológica e privilégios associado ao cargo público com objetivo garantir as cobranças seriam cumpridas. As vítimas foram obrigados a assinar notas promissórias e termos de confissão sob pressões frequentes, em muitos casos.

Empresa aparentada ocultava extorsões Segundo os documentos obtidos pela coluna, o grupo simulou atuar no setor da segurança privado usando uma empresa sem autorização legal para prestar este serviço. Essa estrutura era utilizada como disfarce das atividades criminosas enquanto seu objetivo real consistia em fornecer “serviços de cobrança” encarregados por terceiros, inclusive agiotas.

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A fachada corporativa era utilizada como meio para legitimar as aproximações feitas por membros da organização. Essas pessoas se apresentavam sob o disfarce segurança ou representantes legais, justificando ação que na prática envolviam ameaças, abordagens armadas e perseguição de credores em dívida.

De acordo com a PF, as ações dos policiais eram essenciais ao sucesso do esquema. Eles utilizavam sistemas internos da segurança pública para obter endereços, dados pessoais e rotinas das vítimas além de participarem ativamente nas abordagens e vigilância. A investigação indica que viagens interestaduais também foram realizadas com o objetivo de pressionar os credores.

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A investigação descreve que o grupo oferecia seus serviços de cobrança para agiotas ou pessoas que queriam “resolver dívidas” fora da justiça. Em troca do pagamento, as vítimas foram abordadas violentamente e coagidos a aceitar documentação formalizada sob ameaça de serem intimidados caso recusassem o pagamento.

As mensagens extraídas dos celulares e os documentos confiscados sugerem que, em pelo menos duas ocasiões diferentes, o grupo viajou para outros estados com a finalidade de realizar as cobranças. Essa atividade produziu traços típicos da milicia privada e organização criminosa paramilitar.

O que dizem os citados: A PMDF informa não se expressar sobre casos em investigação. No entanto, ressalta-se a intolerância às violações de conduta e ao fato de todas as acusações serem examinadas rigorosamente. Além disso, tentou estabelecer contatos com os defensores dos envolvidos; no entretanto não obteve respostas até o encerramento deste texto.

Fonte: Metrópoles

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