Militares acusados e considerados culpados celebram a decisão que os absolve: “dignidade restaurada”
Os advogados também destacaram o desempenho dos ministros da Primeira Turma no julgamento.

O genro do ex-chefe do Exército, Nilton Diniz Rodrigues, e o coronel da reserva, Cleverson Ney Magalhães, celebraram a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o processo da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os dois militares, no caso que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
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O advogado Cléber Lopes de Oliveira, que representa o general Diniz, declarou que a decisão da Corte “restaura a dignidade”.
Assim, a defesa é recebida com tranquilidade. Acredito que, em certa medida, a dignidade do general foi restabelecida”, declarou o advogado.
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Luiz Mário Guerra, advogado do coronel Ney, destacou a condução do julgamento e o desempenho dos ministros durante o processo.
Recebemos com tranquilidade, mas compreendemos que o Supremo Tribunal acertou. Isso reforça a autoridade, o prestígio e a solidez da jurisdição desse tribunal.
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Os dois foram os primeiros acusados que tiveram a denúncia rejeitada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. O voto dele foi acompanhado integralmente por Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Cristiano Zanin.
De acordo com Moraes, não existem evidências sólidas que comprovem que os dois militares tenham cometido atos ilícitos.
A tipicidade em relação a Cleverson Ney e Nilson Rodrigues não se demonstra no documento probatório. Não há, nestes autos, indícios mínimos da ocorrência do ilícito criminal em relação a ambos, afirmou Moraes.
Quais são os militares?
Cleverson Ney Magalhães
Completou sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras em 1993, e obteve o título de mestre em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 2001, o coronel da reserva e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres possui experiência na área de Defesa.
Cleverson trabalhou como assessor do general da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, Estevam Theophilo, que faleceu nesta terça-feira.
Na decisão do STF, a defesa de Cleverson afirmou que o acusado foi convidado para um encontro com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sem que tivesse sido informado antecipadamente que se tratava de uma reunião de natureza política e estratégica.
Nilton Diniz Rodrigues
O general possui diploma de mestrado em Ciências Militares, obtido na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1993, e na Escola de Comando e Estado Maior do Exército/Instituto Meira Mattos, em 2013.
No final de 2022, Nilton atuou como assessor do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-chefe do Exército. O general possui experiência na área de defesa e ministra aulas na Academia Militar das Agulhas Negras, localizada no Rio de Janeiro.
A defesa de Nilton, em seu julgamento no STF, alegou que o general não teve envolvimento na redação da carta que pressionava o Comando-Geral do Exército e tampouco a assinou.
Fonte: CNN Brasil