Os generais Bernardo Romão Netto e Fabrício Moreira de Bastos declararam ao STF (Supremo Tribunal Federal) a existência da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”.
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Ambos declararam ter tido acesso ao documento mediante solicitação de seus superiores. As declarações ocorreram nesta segunda-feira (28.jul.2025), durante o depoimento dos réus no caso denominado núcleo 3 no STF (Supremo Tribunal Federal).
Bastos afirmou ter recebido instruções de seu superior no CIE para que enviasse o documento assim que estivesse disponível. Por não fazer parte do grupo de mensagens onde a carta transitava, solicitou que o colega Correa Netto lhe transmitisse o arquivo.
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O coronel De La Vega sabia que a turma de 1997, da qual eu fazia parte, estava preparando algum tipo de manifesto. Ele pediu que fizéssemos contato com esse documento e encaminhá-lo para ele. Eu não fazia parte do grupo, mas o [coronel Bernardo] Correa Netto, sim, então eu pedi para ele me encaminhar o documento. Quando isso aconteceu, na 2ª [feira] pela manhã, eu entreguei uma cópia em mãos para o general.
Segundo Bastos, a carta era “muito mal escrita” e deve ser compreendida como um “desabafo” dos oficiais responsáveis pelo documento. “É de uma inocência esses 4 coronéis [que escreveram a carta] acharem que teriam o condão de pressionar 16 comandantes do Exército. É uma inocência quase franciscana”.
Já Correa Netto declarou que enviou o documento a Bastos após uma solicitação do colega. “Essa era uma carta de cornetes do Exército direcionada ao comandante do Exército. O Bastos me mandou essa mensagem dizendo que o chefe dele estava solicitando essa carta. E eu enviei para o Bastos. Eu busquei essa carta e repassei para o Bastos”, afirmou o réu. Correa Netto também disse que discordava do conteúdo do documento por achar que era um “ato de indisciplina”.
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Segundo Bastos, o Exército conduziu uma sindicância e puniu os responsáveis pela assinatura e divulgação do arquivo.
Os dois réus negaram que a carta tenha sido discutida ou alterada em reunião entre os militares no dia 28 de novembro de 2022. A denúncia da PGR afirma que os militares especiais teriam discutido a carta durante a reunião em um salão de festas na Asa Norte, em Brasília.
Correa Netto afirmou que se tratou de um encontro entre amigos e que, conforme o relatório da PF (Polícia Federal), as últimas alterações no documento foram realizadas durante a manhã.
CARTA AOS COMANDANTES
A denúncia da PGR aponta que os réus Ronald Ferreira de Araújo Júnior e Sérgio Cavaliere participaram da elaboração da “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, que foi divulgada a Paulo Figueiredo, apresentador do programa “Pingos nos Is”, da Jovem Pan.
O intuito da divulgação era inserir os comandantes contrários ao golpe em uma máquina de amplificação de ataques pessoais e aumentar a adesão ao documento elaborado. Araújo e Cavaliere também seriam responsáveis por convencer e pressionar o alto comando do Exército a finalizar o golpe.
NÚCLEO 3
A denúncia da PGR aponta como responsáveis por “ações de campo” no monitoramento e neutralização de autoridades públicas. Além disso, são acusados de promover ações táticas para “convencer e pressionar o alto comando do Exército a finalizar o golpe”.
Os sátiros são:
Fonte por: Poder 360