O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descartou nesta terça-feira (20) a existência de um “mal-entendido diplomático” com o governo chinês em razão de declarações da primeira-dama, Rosângela da Silva, durante um jantar da comitiva brasileira com o presidente da China, Xi Jinping.
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O assunto, na sua visão, foi tratado a partir de uma preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o efeito da plataforma no consumo de crianças em redes sociais.
O presidente [Lula] trouxe, durante o jantar, a questão à tona. Não houve desconforto naquela ocasião, apenas ele desejava abordar esse tópico e outros assuntos. Esse foi um instante breve, afirmou o chanceler após participar, naquela manhã, de audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
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Em sua reunião com os senadores, Vieira também negou ter recebido algum convite para que autoridades chinesas viessem ao Brasil a fim de discutir os impactos do algoritmo do TikTok. O chanceler declarou que foi Lula quem mencionou o TikTok durante o jantar e que o presidente teria solicitado, naquele momento, auxílio à primeira-dama.
A situação foi a seguinte: o assunto foi levantado pela preocupação do presidente com a questão dos desafios envolvendo, inclusive, crianças, como uma menina de Brasília que faleceu recentemente, “terrivelmente”, e outros tipos de notícias envolvendo pornografia infantil, etc. Foi essa a preocupação, afirmou em entrevista a jornalistas após a audiência.
O governo brasileiro está aberto a discutir os impactos do TikTok, caso a empresa responsável pela plataforma busque um diá.
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Posteriormente, caso a empresa procure e entre em contato com a embaixada, discutiremos todos os pontos. Eles também indicaram que podem dialogar com a embaixada, analisaremos essa questão.
Na semana passada, o presidente Lula justificou o pedido de Janja à Xi Jinping sobre os impactos e a necessidade de regulamentação do TikTok. Conforme reportado pela CNN, o presidente demonstrou irritação com a divulgação das declarações proferidas durante o jantar.
Em declaração na segunda-feira (19), Janja afirmou que, mesmo não fazendo parte do protocolo estabelecido, não se absterá de manifestar sua opinião sobre o tema. “Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e adolescentes”, declarou.
Fonte: CNN Brasil