Ministério das Relações Exteriores chama o encarregado de missão dos EUA e manifesta indignação à ameaça de Trump ao STF

Gabriel Escobar foi recebido às 9h desta sexta-feira (8) pelo embaixador brasileiro Flavio Goldman.

08/08/2025 12h04

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(Imagem de reprodução da internet).

O Ministério das Relações Exteriores solicitou explicações ao chefe da embaixada dos Estados Unidos, o diplomata Gabriel Escobar, em relação às ameaças aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decorrentes dos ataques de Donald Trump ao Brasil em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Escobar foi recebido às 9h desta segunda-feira (8) pelo embaixador Flavio Goldman, que chefia interinamente a secretaria de Europa e América do Norte do Itamaraty. Goldman expressou indignação com o tom e o conteúdo de publicações recentes dos Estados Unidos, reforçando a ingerência de Trump em assuntos internos.

Na quinta-feira (7), a conta da embaixada nas redes sociais divulgou que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos processos contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, é “o principal arquiteto da censura e perseguição” contra o ex-presidente e seus apoiadores. A embaixada também afirmou, em tom de advertência, que os aliados do ministro “no Judiciário e em outras esferas” estão cientes de não apoiar ou facilitar a conduta de Moraes. “Estamos monitorando a situação de perto”.

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A publicação ocorreu poucos dias após Moraes determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro no âmbito da investigação que apura articulações com o governo dos Estados Unidos em detrimento da soberania brasileira.

Na última data de junho, os Estados Unidos sancionaram o juiz com base na Lei Magnitsky, que possibilita a Washington aplicar sanções a cidadãos estrangeiros acusados de corrupção em larga escala ou graves violações de direitos humanos. Além da sanção a Moraes, Trump impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos importados do Brasil, elevando o valor total para 50%. A sobretaxa de 10% já havia sido anunciada em abril deste ano. A taxa passou a valer na última quarta-feira (6).

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Ao assinar a ordem executiva, o republicano defendeu Bolsonaro, enfatizando o caráter político da medida. Ele acusou o Estado brasileiro de perseguir o ex-mandatário e seus aliados, além de promover “graves violações de direitos humanos” e comprometer o Estado de Direito. “A perseguição, intimidação, assédio, censura e processos contra Jair Bolsonaro e milhares de seus apoiadores são abusos sérios”, afirma o documento.

Já haviam ocorrido outros encontros entre um representante da embaixada americana e o Itamaraty para prestar esclarecimentos sobre declarações ou decisões de Washington referentes ao Brasil e ao STF. Uma das primeiras reuniões ocorreu poucos dias após Trump iniciar ataques públicos ao país, quando a embaixada considerava Bolsonaro e seus familiares vítimas de perseguição e aliados dos EUA.

Fonte por: Brasil de Fato

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