Ministro da Previdência se reúne com Sergio Moro em audiência sobre o INSS
Wolney Queiroz foi chamado por comissão para fornecer informações sobre as fraudes envolvendo descontos não autorizados em contas de aposentados e pensionistas.

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sergio Moro discutiram na oitiva realizada na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado Federal.
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O debate iniciou-se após o parlamentar questionar o ministro se, durante seu período como secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, ele estava ciente dos descontos associativos praticados no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), conforme apurado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), onde sindicatos e entidades associativas teriam cobrado indevidamente de aposentados e pensionistas. O montante total das cobranças, entre 2019 e 2024, atingiu aproximadamente R$ 6 bilhões.
Wolney contestou, alegando que as acusações foram levantadas em 2020, período em que o senador exercia o cargo de ministro da Justiça sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).
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“Um servidor em 2020 denunciou a PF que havia descontos indevidos, que havia fraude. Essas denúncias foram feitas em 2020, senador. Parece que vossa excelência era o ministro da Justiça nessa época. Vossa Excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, respondeu o ministro.
Moro argumentou que Queiroz permaneceu ausente em uma reunião relacionada à denúncia de fraudes ocorrida em 2023.
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O senador afirmou: “Esses fatos nunca foram comunicados a mim, como foram comunicados a vossa excelência expressamente na reunião daquele ano de 2023. Quem se omitiu aqui foi Vossa Excelência.”
“Você, também, não acompanhou, Sr. Wolney?”, questionou.
“Não, não chegou ao meu conhecimento, mas ao de Vossa Excelência chegou”, respondeu Moro.
O ministro reiterou que desconhecia as informações sobre fraude, sendo novamente refutado pelo parlamentar.
“O senhor ouviu na reunião, ministro. Na reunião foi informado sobre as fraudes e Vossa Excelência não fez nada. Vossa Excelência era de confiança de Carlos Lupi e continua no ministério”, declarou Sergio Moro.
Em seguida, o parlamentar retomou o tema e respondeu às alegações de omissão de Wolney, ocorridas durante seu período como ministro em 2020.
O depoimento do servidor ocorreu em setembro de 2020, após minha saída do governo. Se tivesse recebido a informação sobre as fraudes em junho de 2023, como Vossa Excelência recebeu, teria tomado providências imediatas. Refuto a acusação de omissão. Quem se omitiu como secretário-executivo da previdência durante os anos em que a fraude escalou para mais de 2,8 bilhões de reais foi Vossa Excelência.
Wolney no Senado
O ministro foi convocado pela Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor para fornecer informações sobre as fraudes envolvendo descontos não autorizados nas contas de aposentados e pensionistas no INSS.
Em um dos requerimentos, os senadores apontaram que Wolney, na época secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, teve reuniões com integrantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das organizações sob investigação por supostas fraudes.
Os parlamentares destacam que Wolney e Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, receberam alertas da conselheira Tonia Galleti, do Conselho Nacional do INSS, sobre os descontos associativos irregulares, conforme ata de reunião de junho de 2023.
Sob a supervisão de Renata Souza, da CNN.
Fonte: CNN Brasil