Ministros de Lula viajam a São Paulo para discutir o caso do Moinho com o governo Tarcísio

Desacordos entre o governo federal e os governos estadual e municipal surgiram durante a ocupação da área central de São Paulo.

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(Imagem de reprodução da internet).

Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegaram nesta quinta-feira (15) em São Paulo para discutir os problemas relacionados à retirada de centenas de famílias da Favela do Moinho, no centro da capital.

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A reunião incluirá secretários da gestão Tarcísio de Freitas e ocorrerá em meio ao impasse entre o governo de São Paulo e a Superintendência de Patrimônio da União (SPU) em relação à desocupação da comunidade.

A reunião deverá incluir representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República (responsável por movimentos sociais), dos ministérios da Gestão e Inovação, das Cidades, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e do Ministério das Cidades.

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A programação contempla dois compromissos que ocorrerão ao mesmo tempo.

O ministro das Cidades, Jader Filho, reunirá-se com o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, e a comitiva federal, que inclui o secretário nacional de Habitação, Augusto Henrique Alves Rabelo, e técnicos do Ministério da Gestão, em visita ao terreno do Moinho.

A equipe que se deslocará ao Moinho fornecerá informações em tempo real aos participantes da reunião na sede do governo paulista. Haverá uma coletiva de imprensa após o encontro no Palácio dos Bandeirantes.

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A visita acontece em um momento de tensão. A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do governo paulista está demolindo residências desocupadas na área, que pertence à União.

Moradores se manifestaram nesta quarta-feira (14) contra a desocupação.

A operação para extinguir as famílias do Moinho compreende meses de debates entre os governos estadual e municipal e movimentos sociais.

Na terça-feira (13), um ofício da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), conforme noticiado pela CNN, apontava avaliação do governo federal de “descaracterização” das moradias, muitas delas precárias, de famílias que tivessem aderido “voluntariamente” ao programa das gestões locais.

Entretanto, na terça-feira em questão, uma determinação do Ministério da Gestão revogou a permissão para a transferência do terreno da Favela do Moinho, alegando que o governo Lula “não concorda com o emprego de força policial contra a população”.

A maioria das famílias concordou com a proposta de transferência para unidades residenciais localizadas fora da comunidade, conforme informado pelo governo do estado.

A secretaria de Habitação relata alta incidência de tuberculose, infestação de escorpiões, risco de incêndios e utilização do local como ponto de apoio para o tráfico de drogas, associado à Cracolândia.

Apesar das divergências entre os governos federal e estadual, os ministérios das Cidades e da Gestão continuam dialogando com a Secretaria de Habitação de SP para aumentar a disponibilidade de moradias.

A ação gerou transtornos nos governos estadual e municipal devido à complexidade do processo de remoção, aos meses de negociação e aos riscos de segurança associados à retirada — autoridades apontam até ameaças de criminosos contra famílias que aceitam deixar o local para residirem em outras áreas regularizadas.

Fontes informaram à CNN na quarta-feira (14) que representantes do governo Lula buscavam desde o início novos canais de negociação com a gestão Tarcísio para amenizar a tensão política relacionada à Favela do Moinho. A reunião de quinta-feira (15) é mais uma etapa nesse processo, segundo o governo.

Fonte: CNN Brasil

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