Monte Everest está ganhando altura devido a um rio subterrâneo, aponta pesquisa

O Monte Everest elevou-se entre 15 e 50 metros, resultado de um movimento da crosta terrestre causado pela erosão de um desfiladeiro vizinho.

07/05/2025 6h33

3 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

A escalada ao Monte Everest, no Himalaia, representa um símbolo de prestígio e status, porém envolve riscos significativos, incluindo temperaturas de até -60°C, mal da altitude, avalanches, altos custos e uma janela climática restrita.

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Os futuros alpinistas deverão adicionar a um obstáculo anterior: a montanha mais alta do planeta está crescendo, superando as demais elevações de sua cordilheira.

As montanhas aumentam em tamanho e, ao mesmo tempo, estão sujeitas à erosão e ao desgaste, além de um processo de flutuação sobre o manto terrestre, conhecido como isostasia.

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Uma pesquisa recente, publicada na Nature Geoscience, indica que o Everest está aproximadamente entre 15 e 50 metros acima do que seria, em razão da erosão provocada por uma rede de rios, a 75 km de distância, que forma um grande cânion.

A remoção da camada de solo, causada pela erosão do rio, está gerando um efeito denominado ajuste isostático. Quando uma grande quantidade de solo ou gelo que comprime a crosta terrestre é removida, esta se recupera lentamente para restaurar seu equilíbrio.

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A montanha do Everest está subindo a uma taxa de até dois milímetros por ano. A elevação acumulada nos últimos 89 mil anos elevou a altura da montanha entre 15 e 50 metros.

Testando o crescimento do Everest

Os autores utilizaram ferramentas matemáticas e computacionais para simular a evolução dos rios ao longo do tempo, a fim de testar suas hipóteses.

Uma dessas abordagens matemáticas, denominada modelo de potência do fluxo, descreve a relação entre o fluxo de água de um rio e o impacto que ele exerce sobre o terreno ao redor.

Visa-se prever potenciais elevações da paisagem considerando fatores como a velocidade da água e o movimento das rochas. A taxa de elevação do terreno pode variar em outros locais, mas os autores assumiram um ritmo constante.

Os pesquisadores examinaram o resfriamento e a exumação das rochas para compreender como essa elevação se manifesta, um processo que envolve o transporte de fragmentos profundos da crosta terrestre até a superfície.

Estudos chamados termocromáticos demonstraram que existe um intervalo particular de aumento mais acelerado em uma região onde as placas tectônicas se movem sobre uma inclinação acentuada na crosta terrestre.

Isso indica que, em certas áreas, o terreno está ganhando altitude em um ritmo acelerado, devido a forças geológicas que operam sob a superfície, o que também influencia o aumento do Everest.

Qual o motivo do Monte Everest ainda estar aumentando de altura?

O coautor Adam Smith, doutorando no Departamento de Ciências da Terra da University College London (UCL), afirma que o Monte Everest ainda está em crescimento.

A pesquisa indicou que, à medida que o rio se aprofunda e diminui o peso da região, a crosta terrestre se eleva gradualmente, e a montanha aumenta de altura. Isso demonstra que processos superficiais podem influenciar a dinâmica geológica de grandes cadeias montanhosas.

O estudo indica que a ascensão do Everest ocorreu há milhares de anos devido a um processo de “pirataria de drenagem”, no qual um rio desviava o fluxo de outro.

O rio Arun, atualmente que corre para leste do Monte Everest, pode ter desviado o curso do rio Kosi, elevando sua vazão. Isso intensificou a erosão das gargantas, desfiladeiros profundos formados pelos rios na remoção de bilhões de toneladas de terra e sedimentos.

A interação entre a erosão do rio Arun e a pressão ascendente do manto da Terra contribui para a elevação do Everest, elevando-o a uma altura superior à que teria sem esse processo.

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Fonte: CNN Brasil

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