Moraes determina a proibição de acampamentos e deputados da PL são removidos da frente do STF
Deputados ligados ao bolsonarismo abandonaram o local após determinação de Moraes que incluía a possibilidade de prisão preventiva.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a remoção imediata de deputados federais do Partido Liberal (PL) que mantinham acampamento na praça dos Três Poderes, em Brasília, em manifestação contra decisões judiciais relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação foi executada na madrugada de sábado (26), com a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
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O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) foi o primeiro a chegar, dando início a um protesto isolado na sexta-feira (25). Ele usava uma camiseta com a bandeira de Israel, um curativo na boca e carregava uma Bíblia. Afirmou estar em jejum de palavras e publicou uma carta aberta nas redes sociais, criticando o Supremo Tribunal Federal. “Enquanto calam Bolsonaro, censuram o povo e ridicularizam a nossa fé, eu resistirei – mesmo que seja em silêncio”, diz o texto.
Além de Lopes, a decisão de Moraes menciona os deputados Sônia Calmon (PL-PE), Valmir Santiago (PL-PB), Diego Costa (PL-MG) e Paulo Laszlo (PL-RS). O ministro permitiu a prisão em flagrante caso os parlamentares persistissem em permanecer no local, por resistência ou desobediência à ordem judicial. Chrisóstomo e Lopes reagiram nas redes sociais, classificando a decisão como “ditadura”. Sônia Calmon negou ter participado da manifestação e afirmou estar em São Paulo.
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Decisão ocorre após novas medidas contra Bolsonaro.
As determinações de Moraes foram adotadas a sugestão do Ministério Público Federal (MPF) e no contexto da investigação sobre notícias falsas. Adicionalmente, a ordem de remoção também proibiu a montagem de novos acampamentos em um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e dos quartéis das Forças Armadas. Segundo Moraes, o objetivo é evitar “novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023”.
A ação do Supremo ocorre em face da deterioração da situação judicial de Jair Bolsonaro. No último dia 18, Moraes ordenou o emprego de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente e estabeleceu novas restrições ao uso de redes sociais. Apesar de Bolsonaro ainda poder conceder entrevistas, o ministro vetou a divulgação de suas declarações por intermediários em mídias digitais. O descumprimento dessa regra pode levar à sua prisão.
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Fonte por: Brasil de Fato