Moraes provoca Cid em relação a alcunhas: “Pode falar, estou acostumado”

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi questionado ao afirmar que o ministro estava citado em encontro de militares.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

O ministro do STF Alexandre de Moraes resmungou, na segunda-feira (9.jun.2025), em relação aos comentários feitos sobre ele em uma reunião entre militares investigada como parte da tentativa de golpe de Estado em 2022. Durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Moraes afirmou que estava familiarizado com os apelidos e ofensas atribuídas a ele.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O incidente foi citado por Cid ao narrar os diás que ocorreram em um encontro datado de 28 de novembro de 2022. A Procuradoria Geral da República (PGR) informou que a reunião foi conduzida por militares de alto escalão do Exército – grupo conhecido como “kids pretos” – com o objetivo de elaborar uma carta para pressionar o Alto Comando da Força a se juntar a um golpe.

Cid respondeu a Moraes, afirmando: “Sim, o senhor foi muito criticado”. O ministro então reagiu: “Pode falar a verdade, eu já estou acostumado”.

LEIA TAMBÉM!

Cid relatou que os participantes do evento proferiram críticas e insultos direcionados a Moraes, incluindo a expressão “ele é um desgraçado”, além de compartilharem imagens e piadas. “Não houve um plano para eliminá-lo, mas sim uma conversa informal, semelhante à de um bar”, declarou.

Interrogatórios

A Primeira Turma do STF iniciou na segunda-feira (9.jun) o interrogatório dos réus no núcleo central do processo penal por tentativa de golpe de Estado. De acordo com o Ministério Público, os acusados desse grupo teriam liderado as ações da organização criminosa com o objetivo de impedir a posse do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Pertencem ao grupo:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os depoimentos devem ser concluídos até sexta-feira (13/06). O primeiro a ser ouvido é o tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus serão ouvidos em sequência, em ordem alfabética. A ordem foi estabelecida para que todos tenham conhecimento do que o delator declarou e, assim, possam exercer o devido direito de defesa.

Todos os réus do núcleo estão obrigados a comparecer nos interrogatórios, mas podem permanecer em silêncio e responder a algumas ou nenhuma pergunta. O relator, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados podem fazer perguntas. Se outros ministros da 1ª Turma comparecerem, também podem questionar os réus.

Após as audiências, os réus não precisam mais comparecer. A única pessoa do grupo que não irá até o plenário da 1ª Turma é o general Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde dezembro. Ele participa por videoconferência.

As manifestações dos réus serão divulgadas pela TV Justiça e Rádio Justiça, bem como no canal no YouTube correspondente.

Os depoimentos foram parte da fase instrutória do processo criminal – momento de coleta de evidências. As testemunhas do lado acusador e defensor já prestaram declarações e novas provas documentais e periciais podem ser apresentadas, se solicitadas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Podem ser realizadas, eventualmente, investigações adicionais para esclarecer pontos relevantes durante a instrução. Só após essa fase a acusação e as defesas devem apresentar suas alegações finais e Moraes elaborará o relatório final para o julgamento.

Fonte por: Poder 360

Sair da versão mobile