Moro defende sua atuação em relação a denúncias de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social

Senador alega que Wolney Queiroz, ministro em exercício, tinha conhecimento dos descontos irregulares em aposentadorias a partir de 2023 e não tomou providências.

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O senador Sergio Moro (União-PR) respondeu, na quinta-feira (16.mai.2025), às críticas do ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, acerca do escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Moro declarou em seu perfil no X que Queiroz, na época secretário-executivo do ministério, recebeu informações sobre os descontos indevidos em aposentadorias e pensões em 2023 e não adotou medidas.

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O atual ministro da Previdência tentou acusar-me falsamente de omissão, mas foi ele, na condição de secretário-executivo da pasta, quem foi informado expressamente do roubo dos aposentados do INSS ainda em 2023 e nada fez.

A declaração ocorreu após o senador e o ministro terem debatido na reunião da Comissão de Transparência e Fiscalização do Senado acerca das fraudes e descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, que ocorreu na quinta-feira (15.mai).

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Na reunião, Moro indagou o ministro acerca de um incidente de 2023, no qual a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) obteve a suspensão de descontos em diversos benefícios, indicando que Wolney tinha ciência da situação e não agiu.

Wolney retrucou mencionando uma denúncia de 2020, na qual um servidor apontou descontos irregulares à Polícia Federal, durante o período em que Moro estava à frente do Ministério da Justiça, e alegou que ele “não fez nada”.

Wolney também alegou que as fraudes no INSS iniciaram-se durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que as investigações mais robustas somente se desenvolveram sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Moro afirmou não ter conhecimento dos problemas durante sua gestão na Justiça, mas ressaltou que Wolney também estava ciente deles em 2023 e não tomou as devidas providências. O diádemonstra as diferenças entre ambos em relação à responsabilidade pelas fraudes.

Operação “Sem Desconto”

A Polícia Federal iniciou a operação Sem Desconto em 23 de abril para apurar um esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários, que resultou em um prejuízo estimado de R$ 6,3 bilhões para aposentados e pensionistas do INSS, entre 2019 e 2024.

A operação foi conduzida em 13 estados brasileiros, com 211 mandados judiciais executados, compreendendo prisões e penhoras de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.

A investigação identificou crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, lavagem de capitais e violação de sigilo funcional. A CGU (Controladoria Geral da União) conduziu auditorias em 2023, detectando irregularidades em 70% das entidades com acordos de cooperação com o INSS, abrangendo a Contag, Ambex e Conafer.

O governo federal interrompeu os Acordos de Cooperação Técnica e os descontos aplicados nos pagamentos dos beneficiários. Os aposentados podem solicitar a exclusão de débitos irregulares através do aplicativo “Meu INSS”. Os acordos permanecem suspensos até o encerramento das investigações e a determinação de novos procedimentos de validação.

Fonte: Poder 360

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