Movimento migratório de animais para a Ásia foi impactado pelo Manto da Terra, aponta estudo
O que ocorre no interior da Terra pode causar variações no clima e na circulação dos oceanos, além de impactar a evolução das espécies.

Uma leve movimentação no interior da Terra pode afetar diversos processos do planeta, incluindo os padrões climáticos e a atividade e evolução animal. Cientistas identificaram que uma coluna de rochas quentes proveniente do manto terrestre, formada há milhões de anos, estabeleceu uma conexão terrestre entre a África e a Ásia, possibilitando a migração de animais.
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Além de impactar a evolução animal e humana, esse processo pode alterar o clima global e a circulação oceânica. O estudo foi publicado neste mês na revista científica Nature Reviews Earth & Environment.
Após compilarem estudos prévios e desenvolverem novos modelos, pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e do Centro de Geociências GFZ Helmholtz, na Alemanha, identificaram que o aumento progressivo do planeta possibilitou que os primeiros antepassados de animais como girafas, elefantes, rinocerontes, chitas e até humanos transitassem entre a África e a Ásia.
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“Este estudo é relevante para a questão de como nosso planeta mudou e quais são as conexões entre a vida e a movimentação tectônica”, afirma o coautor do estudo e professor Thorsten Becker, da Escola Jackson, nos Estados Unidos, em entrevista ao Science Daily.
Aconteceu tudo daquela forma.
Tudo começou há 50 a 60 milhões de anos, quando um bloco rochoso que se deslocou para o interior da crosta terrestre formou uma faixa transportadora, permitindo que rochas quentes se acumulassem em uma coluna ascendente subterrânea e atingissem a superfície da Terra cerca de 30 milhões de anos depois.
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Acompanhando o movimento das placas tectônicas, essa pluma elevou a área que corresponde à Península Arábica e à Anatólia, região da Turquia. Isso formou uma ponte terrestre entre a África e a Ásia, extinguindo o Mar de Tétis e conectando os dois continentes que estavam separados há 75 milhões de anos.
A construção da ponte foi fundamental para a evolução da história dos humanos e dos animais. Por exemplo, se ela não tivesse surgido um milhão de anos mais tarde, o curso dos eventos poderia ter sido diferente. “Sem a pena”, afirma o autor principal do artigo e pesquisador Eivind Straume, do Centro Norueguês de Pesquisa Norce e Centro Bjerknes para Pesquisa Climática, “pode-se argumentar que a colisão continental teria sido distinta”.
A elevação da região alterou os padrões de circulação dos oceanos, elevando a aridez no norte da África e contribuindo para a formação do Deserto do Saara. Simultaneamente, intensificou as monções no sudeste asiático, tornando a região mais úmida.
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Fonte: Metrópoles