MST: “Governo negligencia a agricultura familiar, responsável por aproximadamente 70% da produção de alimentos do país.”
O governo Lula “demonstra ineficiência” no movimento da resolução de questões fundárias e na distribuição de terras.

Realizam-se nesta semana diversas assembleias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o território nacional. A Semana Camponesa, iniciada na Bahia, representa um esforço por diálogo e negociação entre o MST e órgãos públicos em defesa da reforma agrária e da agricultura familiar.
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A movimentação ocorre, neste ano, em face da pressão dos Estados Unidos e dos movimentos do governo brasileiro para proteger a produção agrícola de grande escala do país — responsável majoritariamente pelas exportações alimentícias.
A direção do MST denuncia que, apesar do esforço, o terceiro mandato de Lula ignora a agricultura familiar, responsável por cerca de 70% dos produtos consumidos no Brasil: “Temos pautas desde o segundo governo Lula, que acreditávamos que seriam resolvidas agora, no terceiro mandato. Mas a equipe atual tem se mostrado ineficiente”, diz Evanildo Costa, diretor nacional do MST.
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Ainda é constatado que acordos estabelecidos a partir de 2008 entre o movimento e o governo permanecem sem serem cumpridos, com famílias enfrentando a espera por assentamento, ameaças de despejo e participação em disputas fundárias.
As ações da Semana Camponesa começaram em Salvador, com reuniões entre o governo do estado e o movimento. No norte do estado, segundo o movimento, mil famílias aguardam desde o segundo mandato de Lula o cumprimento de um acordo de assentamento na região do Perímetro Irrigado Nilo Coelho, firmado com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Incra.
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No sul da Bahia, o movimento denuncia a ameaça de despejos de famílias e conflitos fundiários em áreas vinculadas à Superintendência do Patrimônio da União (SPU). As negociações com multinacionais papeleiras da região iniciaram-se em 2011, porém, encontram-se paralisadas.
O MST exige do governo ações que promovam o avanço na segurança de terras para produtores, incluindo a atualização dos índices de produtividade, o reassentamento das famílias acampadas, a reestruturação financeira dos programas de apoio à agricultura familiar e a revogação de medidas que simplificam a mineração e a apropriação ilegal de terras em áreas de reforma agrária. A Semana do Campo ocorre em conjunto com o Dia Internacional da Agricultura Familiar, comemorado em 25 de julho.
Fonte por: Brasil de Fato