Mulher iraniana, premiada com Nobel da Paz, inicia greve de fome na prisão
08/11/2023 às 10h36
A vencedora mais recente do Nobel da Paz, a iraniana Narges Mohammadi (foto em destaque), começou na última segunda-feira (6/11) uma greve de fome na cadeia, no Irã. De acordo com Mohammadi, o protesto é contra a falta de atendimento médico. As autoridades do Irã teriam proibido Narges de ir ao hospital para um tratamento cardíaco porque ela se recusou a usar o véu islâmico.
O comitê do Nobel está bastante preocupado com o caso.
A ativista iraniana de 51 anos, Narges Mohammadi, foi anunciada como vencedora do Prêmio Nobel da Paz deste ano em 6 de outubro. Ela é reconhecida por sua luta pelos direitos das mulheres no Irã, após a prisão e morte de Mahsa Amini, de 22 anos, por causa do uso de roupas considerado inadequado.
“Narges é uma pessoa que defende os direitos humanos e luta pela liberdade. Queremos apoiar sua corajosa luta e reconhecer as milhares de pessoas que se manifestaram contra o regime no Irã, que reprime e discrimina as mulheres. Essas palavras foram ditas por Berit Reiss-Andersen, diretora do Comitê do Prêmio Nobel responsável pelo anúncio da premiação.”
Narges Mohammadi está detida desde 2015 por acusações decorrentes do seu trabalho em matéria de direitos humanos. Ela recebeu uma sentença combinada de 16 anos de prisão em maio de 2016, dos quais precisará cumprir 10 anos, sob a lei iraniana.
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Narges Mohammadi é a 19ª mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Mohammadi é a 19ª mulher a vencer na categoria. Mesmo estando na prisão, ela conseguiu escrever um artigo no The New York Times, enfatizando que, ao nos mantermos firmes, nos tornamos mais fortes.
A advogada estava competindo com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, 45 anos, e o opositor político russo Alexei Navalny, 47 anos. Navalny está preso no momento.
No ano passado, o Nobel da Paz teve como vencedor o ativista Ales Bialiatski, 60, chefe do grupo bielorrusso de direitos humanos Viasna (“Primavera”).