Mulheres quilombolas demonstram em marcha pela busca por reparação e qualidade de vida: “Cada dia é uma luta”, afirma líder

Em 25 de Julho, Nilce de Pontes ressalta a batalha por direitos e políticas públicas erguidas sobre os territórios.

25/07/2025 12h01

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(Imagem de reprodução da internet).

Na data do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela, em 25 de março, a 10ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo ocupa as ruas da capital com o lema “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver e Contra as Violências do Estado”. A data representa um símbolo de resistência, memória e organização coletiva, sobretudo para as mulheres quilombolas que habitam e defendem seus territórios.

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“Para aqueles que vivemos nos quilombos, que estamos no território, esse dia representa mais um dia de luta em nosso cotidiano. Cada dia para nós é uma batalha”, afirma Nilce de Pontes Pereira dos Santos, quilombola, presidenta da Associação dos Bairros Ribeirão Grande/Terra Seca e coordenadora estadual da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

A autora do livro Mulheres quilombolas: territórios de existências negras femininas, Nilce, recorda a relevância de Tereza de Benguela, quilombola do século 18, como um símbolo de resistência e inspiração ancestral. “Tereza de Benguela nada mais é que o símbolo de mulher persistente, resistente. A nossa ancestralidade de luta advém muito do que ela fez, do seu legado.”, afirma.

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Alegações

A ativista ressalta que as mulheres quilombolas sofrem cotidianamente com a exclusão de políticas públicas essenciais: acesso à terra, à saúde, à educação, à segurança e à comunicação. “Para viver bem, eu preciso estar assistida pelas políticas públicas. E essas políticas públicas precisam ser construídas a partir da base”, defende.

Santos também coordena a Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras (Rama), composta por quilombolas, ribeirinhas e caboclas, que atuam em conjunto pela soberania alimentar e autonomia econômica. “Muitas de nós mulheres somos vítimas da política econômica, que nos afasta de nossos territórios em nome do desenvolvimento. […]. Nosso papel como mulheres não é só cuidar da casa, não é só cuidar do filho. Nós também somos atores políticos”, destaca.

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Para Santos, a Marcha representa um local de denúncia, ancestralidade e construção de futuro. “Temos medo, mas vamos assim mesmo. Esse é o nosso objetivo e foi isso que a gente aprendeu. Temos medos da violência, da discriminação, mas precisamos enfrentar de alguma forma”, afirma.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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