São Paulo

Mulheres vítimas de violência enfrentam risco de perda de emprego

São Paulo — Uma ocupação para mulheres vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade, denominada Casa Laudelina de Campos Melo, no bairro do Canindé, no centro de São Paulo, foi alvo de uma tentativa de demolição na última quinta-feira (24/4), conforme denúncia do Movimento de Mulheres Olga Benario (MMOB), que administra o local.

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A tentativa de demolição, aparentemente realizada pelo proprietário do terreno, é ilegal, pois uma decisão judicial de dezembro do ano passado havia suspenso a ação contra a ocupação.

As ocupantes relatam que o telhado foi destruído e removido, a energia elétrica e a água foram cortadas da ocupação, as tomadas foram retiradas, as privadas foram danificadas, chuveiros foram roubados e móveis conquistados ao longo dos anos com doações e trabalho das mulheres que constroem a Casa.

A instituição recebeu mais de 10 mil mulheres.

Repúdio

A direção da organização manifestou sua repulsa pela ação. “O que ocorreu representa uma atitude criminosa e violenta, é um crime não só contra a ocupação, é um crime contra as mulheres do bairro e nós vamos resistir e reconstruir a Laudelina”, declara Júlia Soares, coordenadora nacional do MMOB.

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A quem interessa a destruição de uma casa que acolhe mulheres vítimas de todo o tipo de violência no centro de São Paulo? Uma casa que faz isso de forma justa, organizada e voluntária? A quem interessa esse ataque em uma semana onde vieram a público casos terríveis de feminicídios aqui na cidade de São Paulo e em vários estados do país?

Para Marlene, o caso representa mais uma tentativa de silenciar e intimidar as mulheres que buscam transformar suas vidas.

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Ela também alega que a tentativa de demolição representa “o avanço da especulação imobiliária e a tentativa de expulsão do povo pobre no centro de São Paulo”, “como temos visto na Favela do Moinho e em várias ocupações do centro”.

O Metrópoles entrou em contato com o proprietário da empresa que arrematou a propriedade em leilão no ano passado, que é apontado pelo MMOB como responsável pela destruição da Casa. A reportagem, contudo, não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto.

Fonte: Metrópoles

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