Museu Tailandês remove obras de minorias devido à pressão da China

A agência Reuters relata que o centro de Artes em Bangkok modificou sua exposição após intervenção da embaixada.

08/08/2025 15h48

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(Imagem de reprodução da internet).

O Centro de Artes e Cultura de Bangkok modificou uma exposição sobre regimes autoritários após a intervenção direta da embaixada da China, removendo referências a Hong Kong e minorias étnicas chinesas, conforme informações publicadas nesta sexta-feira (8.ago.2025) pela agência de notícias Reuters.

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A alteração ocorreu três dias após a abertura da exposição. Documentos obtidos pela Reuters confirmam que a pressão diplomática levou à retirada de obras de artistas exilados ou com referências a termos considerados sensíveis pelo governo chinês.

Em uma inspeção, a agência de notícias constatou que equipamentos multimídia de artistas tibetanos foram totalmente removidos. Outros itens passaram por modificações para esconder termos como “Hong Kong”, “Tibete” e “Uigur”, juntamente com os nomes dos responsáveis por essas obras.

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A galeria informou aos artistas, em e-mail de 30 de julho, que teve acesso a repórteres, que “devido à pressão da Embaixada Chinesa – transmitida pelo Ministério das Relações Exteriores e, particularmente, pela Administração Metropolitana de Bangkok, nossa principal apoiadora – fomos avisados de que a exposição pode correr o risco de criar tensões diplomáticas entre a Tailândia e a China”.

O curador da exposição “Constelação de Cumplicidade: Visualizando a Máquina Global da Solidariedade Autoritária”, artista de Mianmar conhecido apenas por um nome, informou que representantes chineses “entraram na exposição e exigiram seu fechamento”. Posteriormente, autoridades chinesas retornaram à galeria solicitando a remoção de mais materiais.

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A própria galeria reconheceu ter omitido os nomes de artistas de Hong Kong, Tibete e da região de Xinjiang, alegando que “não tinha alternativa a não ser realizar algumas alterações”. Sai informou que bandeiras tibetanas e uigures, cartões-postais com o presidente Xi Jinping e materiais sobre as relações China-Israel foram retirados da exposição.

Ao ser questionada sobre o caso, a Administração Metropolitana de Bangkok direcionou as perguntas aos representantes da galeria, que se recusaram a fazer comentários sobre o assunto.

A Tailândia deportou secretamente 40 uigures para a China em 2025. Essa minoria étnica, predominantemente muçulmana, totaliza cerca de 10 milhões de pessoas na região de Xinjiang, no extremo oeste da China. Organizações de direitos humanos relatam que a China mantém uma campanha sistemática de perseguição a críticos no exterior, frequentemente direcionada ao setor cultural.

A embaixada chinesa em Bangkok, o Ministério das Relações Exteriores em Pequim e o Ministério das Relações Exteriores da Tailândia não forneceram respostas aos pedidos de comentários da Reuters.

Fonte por: Poder 360

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