Na Argentina, documentos nazistas foram descobertos em arquivos da Suprema Corte

O material está relacionado a um caso em aberto de 1941.

12/05/2025 9h25

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(Imagem de reprodução da internet).

O Poder Judiciário argentino identificou centenas de documentos e fichas de filiação em organizações nazistas, armazenados em caixas no arquivo da Suprema Corte, relacionados a um caso aberto em 1941, conforme revelou o jornal Clarín neste domingo, 11.

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As sete caixas foram abertas na última sexta-feira e seu conteúdo está sendo preservado para classificação, documentação e análise pela Suprema Corte, com o objetivo de verificar se podem fornecer informações relevantes sobre eventos ligados ao Holocausto ou à saída de nazistas para a Argentina.

Uma investigação jornalística identificou, após análise inicial do conteúdo, a presença de elementos de propaganda nazista, fotografias e centenas de cadernos de filiação da União Alemã de Sindicatos, com a suástica em destaque, acompanhada de uma engrenagem, conforme imagens divulgadas pelo Clarín.

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Alguns documentos apresentam grande deterioração, enquanto outros estão em excelente estado de conservação, conforme ilustrado nas imagens.

Caixas foram localizadas no subsolo do Palácio dos Tribunais, na capital argentina, onde são armazenados documentos não digitalizados de processos antigos. O Tribunal Supremo não forneceu detalhes sobre o achado.

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O Museu do Holocausto integra os esforços de inventário e preservação, e seus representantes acompanharam a abertura das caixas na sexta-feira, em companhia do presidente da Suprema Corte, Horácio Rosatti, conforme relatado.

A origem dos documentos.

De acordo com a mídia local, os documentos se referem a um caso iniciado em 1941, envolvendo a retenção por parte da Alfândega de uma remessa enviada à embaixada alemã, em Buenos Aires, da delegação germânica em Tóquio.

A Comissão Especial Investigadora das Atividades Anti-Argentina do Congresso, após sua dissolução, solicitou à justiça que investigasse se as caixas continham elementos capazes de comprometer a política de neutralidade argentina durante a Segunda Guerra Mundial.

As caixas contendo a documentação foram abertas e permaneceram sob proteção judicial por décadas.

Nazistas na Argentina

Após a guerra, criminosos nazistas, incluindo Josef Mengele e Adolf Eichmann, buscaram refúgio na Argentina, juntamente com centenas de colaboradores alemães.

Na última data de abril, a Argentina encaminhou documentos confidenciais aos Estados Unidos para auxiliar em investigações do Centro Simon Wiesenthal sobre o Holocausto, declarou o ministro da Defesa, Luis Petri, na ocasião.

Aproximadamente, estimam-se milhares de nazistas que passaram ou buscaram refúgio na Argentina após a guerra.

Os casos de maior repercussão foram os de Eichmann, capturado em 1960 em Buenos Aires, julgado e executado em Israel; Mengele, médico conhecido por suas experiências com prisioneiros, que se escondeu na Argentina e depois fugiu para o Paraguai e o Brasil, onde morreu; e Erich Priebke, responsável pelo massacre das Fossas Ardeatinas em 1944, durante a ocupação alemã da Itália.

Priebke foi preso na Argentina e extradiçado em 1995 para a Itália, onde faleceu em 2013 na prisão. Ele estava cumprindo pena de prisão perpétua.

Fonte: Carta Capital

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