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No Amazonas, em meio à seca, são encontrados mortos mais de 100 botos.


No Amazonas, em meio à seca, são encontrados mortos mais de 100 botos.
(Foto Reprodução da Internet)

O lago Tefé, no estado do Amazonas, e suas adjacências foram palco da morte de mais de cem botos vermelhos e tucuxis entre a última sábado (23) e esta sexta-feira (29). A hipótese principal associa a causa às condições secas e à alta temperatura da água.

A situação tende a se agravar já que estamos no início do período seco e a todo momento chegam mais informações sobre os animais mortos, afirmaram o WWF-Brasil e o Instituto Mamirauá.

A situação afeta também os pescadores e outras pessoas que sobrevivem da dinâmica das águas na região, rios e lagos.

Pesquisa de grupos tentam resgatar animais que estão em rasas poças e quentes águas para transferir para locais que ainda fresca água e mínima profundidade mantêm para manter os animais vivos.

Resgate de fauna conta com a união de equipes e voluntários experientes à ação emergencial, embora o acesso complicado à cidade de Tefé torne a ação mais lenta do que se deseja.

“O transporte dos botos vivos para outros rios não é seguro, pois, além da qualidade da água, é necessário verificar se há alguma toxina ou vírus. Estamos mobilizando parceiros para coleta e análise e outras instituições que possuem experiência em resgate de animais”, ressalta André Coelho, do Instituto Mamirauá.

O tradicional período de estiagem, que tem seu pico em outubro, já está afetando 59 municípios com a diminuição do nível de água dos rios, impactando a navegação e, consequentemente, questões de logística e insegurança para a coleta e consumo de peixes.

É esperado que a situação se agrave nos próximos 15 dias com a forte seca acometendo outras regiões do médio Solimões, resultando em mais mortes de botos e tucuxis em zonas sem equipes disponíveis para resgate.

Isso faz com que o evento tome proporções ainda maiores e mais impactantes em um dos locais de maior densidade e abundância de golfinhos de rio da América do Sul.

Os riscos relacionados com a falta de água tendem a se agravar com as mudanças climáticas, é o que diz o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

O grupo de cientistas mapeou as tendências de mudanças e descobriu que as alterações climáticas causadas pela ação humana contribuíram para a gravidade do impacto das secas em muitas regiões do planeta. Estima-se que os riscos relacionados com a água aumentem com cada grau de aquecimento global.

Segundo o IPCC, entre 1970 e 2019, 7% de todos os desastres em nível mundial estiveram relacionados com secas, contribuindo com 34% das mortes relacionadas com catástrofes.

Em apenas três décadas, o Brasil já perdeu o equivalente a dez cidades de São Paulo em superfície de água. Na última década, os nove países com floresta amazônica em seu território perderam 1 milhão de hectares de superfície de água, o equivalente a seis cidades de São Paulo em área hídrica, de acordo com o Mapbiomas.


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