Novas Luzes Sobre a Demência em Idosos

A comunidade médica está reavaliando o diagnóstico de demência em idosos, reconhecendo uma nova síndrome: a Encefalopatia TDP-43 (LATE). Estudos recentes indicam que essa condição afeta cerca de 10% das pessoas com mais de 65 anos, e até um terço dos idosos acima dos 85 anos.

Essa descoberta representa um avanço importante na compreensão das causas da demência e pode levar a diagnósticos mais precisos.

Inicialmente, muitos casos de demência eram erroneamente diagnosticados como Alzheimer. O neurologista Greg Jicha, diretor associado do Centro Sanders-Brown da Universidade de Kentucky, explica que “em cerca de uma a cada cinco pessoas que chegam à nossa clínica, o que anteriormente se pensava ser doença de Alzheimer, na verdade, parece ser LATE”.

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A identificação da LATE foi liderada pelo pesquisador Pete Nelson, que reuniu 35 especialistas de todo o mundo para investigar a condição.

Um dos aspectos chave da LATE é a presença da proteína TDP-43, que se acumula de forma anormal no cérebro. Essa proteína já havia sido identificada em outros distúrbios neurológicos, como a doença de Parkinson. David Wolk, neurologista da Universidade da Pensilvânia, ressalta que a TDP-43 desempenha um papel fundamental na regulação do DNA e RNA, mas, no contexto da LATE, ela escapa do núcleo celular e forma aglomerados.

A área do hipocampo encolhe mais em pacientes com LATE do que com Alzheimer, o que afeta a capacidade de formação de memórias e aprendizados.

Atualmente, pesquisadores estão conduzindo um ensaio clínico na Universidade de Kentucky, utilizando o nicorandil, uma medicação aprovada para tratar dores no peito. O estudo envolve 64 pessoas com problemas leves de memória e visa avaliar a eficácia do tratamento para as anormalidades genéticas associadas à LATE.

O resultado desse estudo pode impactar os ensaios com medicamentos anti-amiloide.