Novas alterações no IOF geram incertezas e elevam o custo do crédito, afirmam especialistas
A partir desta sexta-feira (23), o governo implementou uma medida que impacta desde o setor bancário até os planos de previdência.

A atividade bancária, em especial as operações financeiras, é um dos setores mais impactados pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) determinado pelo governo na sexta-feira (23).
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Diversas operações – referentes a seguros cambiais – tiveram suas alíquotas aumentadas, atraindo especial atenção para o aumento no custo do crédito para empresas.
Fernando Siqueira, diretor de pesquisa da Eleven Financial, destaca que a ação deve impactar adversamente os resultados das empresas nos próximos períodos.
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Ademais, existe a preocupação de que outras ações semelhantes possam ser implementadas no futuro, declara Fernando Siqueira, diretor de pesquisa da Eleven Financial.
Entre os principais incrementos, evidenciam-se:
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Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, destaca que as taxas sobre planos de previdência podem diminuir os aportes maiores no produto, gerando impactos indiretos sobre o fluxo de captação dos bancos.
É importante ressaltar que, além disso, as seguradoras listadas também apresentam exposição considerável a esse produto, o que pode impactar seus resultados.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, aponta para um choque amplo nas áreas do setor financeiro, considerando o impacto negativo sobre empresas mais dependentes de crédito e empréstimos.
O aumento do IOF afeta diretamente as operações financeiras das empresas e eleva o custo do crédito das famílias, causando incertezas no curto prazo e impactos negativos sobre a atividade econômica. Crédito mais caro e escasso pode levar os bancos e as seguradoras a adotarem uma postura mais conservadora.
Ademais, a determinação ocorre em um cenário em que o setor já se encontra sob pressão devido às altas taxas de juros no país. Inicialmente, em meados de maio, o Banco Central (BC) aumentou a Selic – a taxa básica de juros do Brasil – para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.
O custo de capital já se encontra nos níveis mais elevados dos últimos 20 anos, e com o IOF ainda mais alto, o custo efetivo para empresas fica muito elevado. Isso reduz o interesse das empresas em novas modalidades de crédito. Esse resfriamento e possível queda do crédito pode ter um impacto negativo nos bancos.
O analista ressalta as dúvidas existentes em relação às decisões do governo. Após a repercussão negativa da questão fiscal, o Ministério da Fazenda revogou a medida e definiu o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em zero para fundos que investem no exterior.
Arbetman observa, em uma análise abrangente do país, uma combinação desfavorável de políticas para o ambiente de negócios.
A semana apresentou uma combinação de medidas que aumentam os custos de operação e financiamento das empresas, em um cenário já marcado por incertezas. A sinalização é negativa para o empresário local e reforça a percepção de imprevisibilidade regulatória no Brasil, o que pode comprometer a competitividade e a atratividade do país na promoção de investimentos de longo prazo, conforme analisa a Ativa.
Entenda as mudanças nas compras online com o Imposto sobre Operações Financeiras.
Fonte: CNN Brasil